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Velório de Eloá atrai 11,8 mil pessoas, tem fila e tumulto
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Multidão acompanha velório de Eloá; segundo estimativa da Polícia Militar, até o final da tarde, 8.000 pessoas estiveram no local
TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando o corpo de Eloá Cristina Pimentel, 15, chegou em
um carro funerário escoltado
por policiais ao cemitério Santo
André, na Vila Progresso, por
volta das 15h de ontem, houve
gritos e aplausos -uma multidão de 2.000 pessoas esperava,
celulares com câmera na mão,
para se despedir de Eloá.
A mãe, Ana Cristina Pimentel da Rocha, chegou ao cemitério às 16h20 e ficou ao lado do
caixão da filha, repleto de rosas.
Entre lágrimas, ela disse que só
falaria com a imprensa hoje,
após o enterro, às 9h.
No lado de fora, uma fila dava
duas voltas no salão do velório,
aberto ao público às 17h -cerca
de 11,8 mil pessoas estiveram lá,
segundo a PM. Houve tumulto.
Duas pessoas passaram mal.
Mas ninguém desistia. "Não
peguei dois ônibus pra não
ver", dizia Rachel Blonzela, 26,
com a filha Monique, de sete
meses, nos braços, que estava lá
desde às 10h30. "O Brasil todo
sentiu essa morte e tem direito
de ver", dizia Andreia Miranda,
28, que há quatro dias não ia à
aula para ver o caso na TV.
Colegas de classe de Eloá carregavam botões de rosas e choravam, enquanto cantavam sua
canção "Um minuto", de Vinicius D'Black. "Ela era muito doce. Sempre que alguém precisava, ela ajudava", conta Douglas
Wallacy Ricardo, 15. Ele fazia
parte do grupo de trabalho que
se reunia na casa de Eloá, quando Lindemberg invadiu o local.
Uma dor de cabeça fez com que
não fosse à casa.
Mas a maioria eram curiosos,
como o manobrista Manoel da
Silva, 33, que veio de São Miguel (zona leste de SP). "Saí às
7h30, peguei um trem, um ônibus e um táxi. Fui para o cemitério errado e andei mais 30
minutos a pé", diz.
"Foi o maior velório em 30
anos de história", disse o dono
do cemitério, Altimar Fernandes, 44. Tanto que ele chamou
um carro de cachorro-quente
"para atender o povo". Uma nova fila se formou.
Os secretários estaduais Luiz
Antonio Guimarães Marrey
(Justiça) e Maria Helena Guimarães de Castro (Educação)
compareceram ao velório em
Santo André segundo eles, para
"levar a solidariedade do governo de São Paulo aos familiares,
amigos e professores". Marrey
não quis comentar a ação policial. "É preciso antes apurar
com rigor."
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