São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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FBI vai acompanhar análise de lençol de hospital americano

Dois representantes da polícia federal dos EUA estão em Recife desde ontem para participar de investigação

Segundo um deles, até agora não foram encontrados resíduos biológicos no material importado e apreendido

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

O FBI enviou ontem dois representantes a Recife a fim de acompanhar as investigações das autoridades brasileiras sobre a importação de lixo hospitalar dos EUA.
O adido do FBI no Brasil, Richard Cavalieros, e o investigador Pedro Moreira acompanham as perícias do material que estão sendo feitas pela Polícia Federal e pela Polícia Civil de Pernambuco.
O caso veio à tona após a Receita Federal apreender, entre os dias 11 e 13 deste mês, dois contêineres com lençóis, luvas e seringas vindos de hospitais americanos. O material tinha como destino uma rede de lojas de tecidos em Santa Cruz do Capibaribe, no interior de Pernambuco.
Lençóis com logotipos de hospitais dos EUA, muitos deles com manchas, são vendidos a quilo em vários estabelecimentos da cidade, conforme a Folha revelou em sua edição de sábado passado. Lençóis com logotipos de hospitais dos EUA também foram achados em lojas de Caruaru, em um hotel de Timbaúba e em um hospital de Goiana, todas cidades do interior pernambucano.

ACOMPANHAMENTO
Ontem, no Instituto de Criminalística do Estado, os representantes do FBI verificaram amostras dos produtos importados dos EUA e recolhidos em Caruaru.
Segundo Cavalieros, até agora não foram encontrados sinais de resíduos biológicos no material apreendido. Os peritos brasileiros recolheram amostras para análise em quatro lojas de três cidades do interior pernambucano e nos dois contêineres apreendidos pela Receita Federal no porto de Suape.
Os agentes americanos disseram que não sabem quanto tempo permanecerão em Recife. Eles deverão ainda acompanhar a inspeção das cargas dos contêineres. Segundo médicos, sem uma desinfecção adequada, esses lençóis podem transmitir doenças, como hepatite.

ISSO PODE?
Em entrevista coletiva concedida ontem em Recife, a consulesa dos EUA para o Nordeste, Usha Pitts, disse que a exportação de produtos usados, inclusive materiais hospitalares, é, de modo geral, permitida nos EUA.
A consulesa afirmou que o episódio será analisado pelos EUA a fim de verificar a "legalidade" do negócio. A legislação brasileira, baseada na Convenção de Basileia, que regula a circulação de resíduos entre países, proíbe expressamente a importação de lixo hospitalar, como é o caso dos lençóis de hospitais americanos apreendidos no porto de Suape.


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