São Paulo, quarta, 21 de outubro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Motoboy acusado de ser maníaco vira réu em processo de extorsão

CRISPIM ALVES
da Reportagem Local

O motoboy Francisco de Assis Pereira, que disse ser o maníaco do parque e confessou a morte de 11 mulheres (apesar de ter sido indiciado em 9 casos), virou réu em um processo no qual é acusado da prática de extorsão contra a família de uma de suas vítimas fatais, Selma Ferreira Queiroz.
Ontem pela manhã, Pereira participou da primeira audiência do caso, na qual foram ouvidas as testemunhas de acusação.
Selma, balconista, desapareceu em 3 de julho, após fazer exames médicos na empresa em que trabalhava. Era dia de jogo do Brasil na Copa. Ela foi assistir à partida na avenida Paulista (centro de SP).
O motoboy também foi assistir ao jogo no telão. Horas antes de o corpo de Selma ser achado no parque do Estado (zona sudoeste), no dia seguinte, um homem telefonou para a casa da família da balconista. Disse que estava com Selma e que só a libertaria após o pagamento de R$ 1.000.
Sara Ferreira, irmã de Selma, que atendeu a ligação, reconheceu a voz do motoboy gravada em um vídeo como sendo a do homem que tentou extorquir o dinheiro.
Pereira foi indiciado e denunciado pelo crime. Há cerca de um mês, ele foi interrogado por um juiz de Taubaté, cidade onde está preso. O motoboy negou os crimes. Ontem, as quatro testemunhas reafirmaram as acusações.
O juiz Marcos Roberto de Souza Bernicchi, titular da 2ª Vara do Fórum de Cotia, determinou a realização de exames de sanidade mental em Pereira. Só após o resultado dos testes, Bernicchi decidirá se condena ou não o réu.
Ontem à tarde, o promotor Edilson Mougenot Bonfim devolveu para a polícia o inquérito sobre a morte de Michele dos Santos Martins. Segundo ele, as investigações estavam incompletas, o que impediu o oferecimento da denúncia.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.