São Paulo, quarta, 21 de outubro de 1998

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Câmeras estavam desligadas e não filmaram assalto na Caixa

SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local

As câmeras da Caixa Econômica Federal (CEF) da rua Augusta (zona sudoeste de SP) estavam desligadas durante o final de semana e não filmaram a ação de cerca de 15 homens armados que levaram R$ 6 milhões em jóias da agência no último sábado. A informação foi divulgada ontem pela delegado Ruy Fontes, titular da Delegacia de Roubo a Bancos.
A CEF não quis explicar o fato e limitou-se a informar por meio de sua assessoria de imprensa que cumprirá o acordo que fez com a polícia. Pelo acordo, somente os policiais podem dar informações sobre as investigações.
A ausência de filmagem é um dos diversos fatores que vêm complicando a apuração do crime. Outro entrave tem sido os depoimentos confusos prestados pelas 16 pessoas que estavam no prédio no momento da ação.
"As testemunhas sabem dizer, por exemplo, que dois dos ladrões tinham croquis do setor de penhora, mas não sabem dizer nada sobre os dois ladrões que estariam segurando as folhas", disse o chefe dos investigadores da Roubo a Bancos, Silvio Sciasc. "Não podemos confiar nessas descrições."
A pouca riqueza dos relatos fez a polícia desistir de divulgar ontem os retratos falados de três dos 15 homens envolvidos no assalto. Pelas informações iniciais, dois deles são brancos e um pardo, todos com cerca de 25 anos.
A polícia investiga a hipótese de pessoas ligadas à agência ou aos prestadores de serviço terem dado dicas ao ladrões sobre o funcionamento do banco.
Pela lei eleitoral, entre hoje e a próxima terça os assaltantes só poderão ser presos se flagrados em algum outro crime. Ontem, a polícia prendeu um estelionatário que tentava receber R$ 20 mil da CEF em troca de supostas informações sobre os ladrões.



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