|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Homem acusado de matar idosos ouve gritos de "assassino"
Na reconstituição do crime no Sumaré, vizinhos tentam agredir rapaz, que disse ter tentado furtar dinheiro para pagar seu IPTU
Detido pulou muro de três imóveis até o local do crime; polícia foi chamada pela irmã dele, que viu, da rua, os golpes em aposentado
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
As mesmas pessoas que antes
chamavam Luiz Eduardo Cirino, 29, pelo apelido de Semente
passaram a gritar ontem "assassino" para o desempregado
durante a reconstituição do crime contra um casal de aposentados, seus vizinhos de fundo,
que ele confessou ter esfaqueado na última sexta-feira, no Sumaré, zona oeste de São Paulo.
"Você vai morrer, desgraçado", gritava Wilson Batista
Jark, 62, morador do bairro.
E por pouco o acusado de latrocínio (roubo seguido de
morte) não foi agredido por
cerca de 300 pessoas. Policiais
tiveram de escoltá-lo num trecho de 100 m que separa a bela
residência de suas vítimas, Sebastião Esteves Tavares, 71, e
sua mulher, Hilda Gonçalves
Tavares, 67, na rua Cayowaá, da
modesta casa dele, na Havaí.
Após três horas de reconstituição, Cirino mostrou à polícia
como saiu do local, onde morava com a mãe e irmãs. Às 2h da
sexta passada, pulou os muros
de três imóveis vizinhos e chegou ao telhado dos Tavares.
Com isso, a polícia descartou
a participação do filho do casal,
Rogério Gonçalves Tavares, 42,
no crime. "O acusado agiu sozinho", disse o delegado José
Vinciprova, do departamento
de homicídios. Rogério havia
sido considerado suspeito.
Cirino atacou às 6h. A primeira vítima foi Hilda, depois
seu marido. Na seqüência,
amarrou Rogério, esfaqueado
na nuca, e a avó deste, Isaura da
Purificação Gonçalves, 93.
À polícia Cirino falou que não
pretendia matar o casal, mas
furtar dinheiro deles para pagar o IPTU da sua casa. Ele não
levou nada. "Ele se entregou
porque lembrou da mulher
morrendo em seus braços", disse seu advogado, Yvan Miguel.
Fã de revista em quadrinhos
e filmes de terror, o indiciado
usou uma máscara, inspirada
no personagem Jason, do filme
"Sexta-feira 13", uma faca e um
rolo de fita crepe na sua ação.
A irmã de Cirino, Thaiara, 18,
foi quem viu Sebastião ser esfaqueado e chamou a polícia. Ela
não sabia que o agressor era seu
irmão. Com medo, Cirino revelou o crime à sua mãe, que o
orientou a confessá-lo a um padre. Coincidentemente, ele
procurou anteontem a mesma
igreja freqüentada pelo casal.
De lá, entregou-se à PM.
Cirino já havia ficado preso
sete meses por roubo à carro.
Agora teve a prisão temporária
decretada. Em sua casa, foram
apreendidos uma espada e uma
TV de um antigo furto que fez.
Texto Anterior: Agricultura deve ir para presidente de entidade rural Próximo Texto: Jabaquara: Bando é preso durante assalto ao Wal-Mart Índice
|