São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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CET vai colocar mais 16 semáforos na avenida Paulista

Mudança ocorre até o final da reforma das calçadas, em abril; nos cruzamentos, faixas de pedestres serão recuadas em 30 m

Grades devem ser colocadas para evitar travessia nas esquinas; pedestres terão mais tempo para cruzar as pistas da avenida

RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai ampliar o número de semáforos na avenida Paulista, na região central de São Paulo, e o tempo para a travessia dos pedestres. Além disso, pretende deslocar em 30 metros as faixas de pedestre.
As medidas deverão ser implantadas até o final da reforma do calçamento da avenida, prevista para abril de 2008. Segundo a CET, o objetivo é aumentar a segurança dos pedestres e permitir que eles atravessem a avenida sem precisar parar no canteiro central. Ao menos 16 novos semáforos serão instalados. Hoje há 18. Ficarão junto das novas faixas de pedestres, mais distantes dos cruzamentos.
Segundo a arquiteta Lili Bornsztein, da CET, uma das responsáveis pelo projeto, os semáforos serão programados de modo que os efeitos no trânsito sejam imperceptíveis.
Isso porque, argumenta a arquiteta da CET, os semáforos estarão programados para abrir e fechar ao mesmo tempo que os sinais de trânsito dos cruzamentos próximos.
Atualmente, em vários pontos da Paulista, o pedestre precisa esperar mais de dois minutos para fazer a travessia completa, sendo obrigado a esperar no canteiro central. Mas, se o percurso fosse feito sem a parada, a travessia pode ser feita em menos de 30 segundos.
É o caso do cruzamento da avenida com a rua Pamplona. O pedestre que vai da Bela Vista para os Jardins precisa de 2min40 para atravessar completamente a avenida. Gasta menos de 15 segundos para cruzar a primeira etapa e, como o semáforo fecha rapidamente, tem que esperar 2min25 no canteiro central.
A administradora de condomínios Carmen Wallerstein, 53, mora na região e está acostumada a esperar para atravessar a rua. "A gente acaba aprendendo uns macetes para atravessar a pista. Geralmente, só os primeiros carros da fila entram na Paulista quando saem da Pamplona. Dá pra passar correndo depois", conta.

Atropelamentos
De acordo com a CET, o fato de a travessia ser feita em duas etapas pode provocar atropelamentos, por conta da ansiedade dos pedestres em alcançar o outro lado da avenida. O tempo de sinal verde para pedestres em cada cruzamento varia, mas geralmente é de menos de 30 segundos.
Segundo Bornsztein, um dos pontos críticos da cidade -onde acontecem mais atropelamentos- está justamente no cruzamento da Paulista com a avenida Brigadeiro Luiz Antonio. Ela não forneceu números. Para tentar evitar que os pedestres continuem utilizando os cruzamentos para chegar ao outro lado da rua, a idéia é implantar grades de contenção -assim como acontece, por exemplo, na avenida São Luís (centro). Lá, a grade impede que os pedestres cruzem a via pelo trevo da avenida Ipiranga.
O consultor em trânsito Luis Antonio Seraphim, que já trabalhou na CET, aprova as mudanças. Para ele, a nova distribuição das travessias, mais distantes dos cruzamentos, permite evitar atropelamentos e não tende a representar perdas significativas para a fluidez dos carros. "A favor da segurança, vale tudo. E, se bem estudado, é possível que não haja perda de tempo aos veículos ou que ela seja muito reduzida", avalia.
Para o engenheiro Horácio Augusto Filgueira, ligado a uma entidade de defesa dos direitos do pedestre, a mudança pode estimular a utilização das faixas por quem atravessa a avenida.
O problema, segundo ele, é saber se vale a pena fazer o pedestre andar 30 metros a mais, com o deslocamento da faixa. "Se a pessoa tiver que esperar o mesmo tanto que espera hoje para atravessar a avenida, num dia de trânsito carregado, por exemplo, ela pode preferir passar no cruzamento mesmo. Vai ser mais rápido", afirma.


Colaborou ALENCAR IZIDORO , da Reportagem Local


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