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CET vai colocar mais 16 semáforos na avenida Paulista
Mudança ocorre até o final da reforma das calçadas, em abril; nos cruzamentos, faixas de pedestres serão recuadas em 30 m
Grades devem ser colocadas para evitar travessia nas esquinas; pedestres terão mais tempo para cruzar
as pistas da avenida
RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai ampliar
o número de semáforos na avenida Paulista, na região central
de São Paulo, e o tempo para a
travessia dos pedestres. Além
disso, pretende deslocar em 30
metros as faixas de pedestre.
As medidas deverão ser implantadas até o final da reforma
do calçamento da avenida, prevista para abril de 2008.
Segundo a CET, o objetivo é
aumentar a segurança dos pedestres e permitir que eles atravessem a avenida sem precisar
parar no canteiro central.
Ao menos 16 novos semáforos serão instalados. Hoje há 18.
Ficarão junto das novas faixas
de pedestres, mais distantes
dos cruzamentos.
Segundo a arquiteta Lili
Bornsztein, da CET, uma das
responsáveis pelo projeto, os
semáforos serão programados
de modo que os efeitos no trânsito sejam imperceptíveis.
Isso porque, argumenta a arquiteta da CET, os semáforos
estarão programados para
abrir e fechar ao mesmo tempo
que os sinais de trânsito dos
cruzamentos próximos.
Atualmente, em vários pontos da Paulista, o pedestre precisa esperar mais de dois minutos para fazer a travessia completa, sendo obrigado a esperar
no canteiro central. Mas, se o
percurso fosse feito sem a parada, a travessia pode ser feita em
menos de 30 segundos.
É o caso do cruzamento da
avenida com a rua Pamplona. O
pedestre que vai da Bela Vista
para os Jardins precisa de
2min40 para atravessar completamente a avenida. Gasta
menos de 15 segundos para cruzar a primeira etapa e, como o
semáforo fecha rapidamente,
tem que esperar 2min25 no
canteiro central.
A administradora de condomínios Carmen Wallerstein,
53, mora na região e está acostumada a esperar para atravessar a rua. "A gente acaba aprendendo uns macetes para atravessar a pista. Geralmente, só
os primeiros carros da fila entram na Paulista quando saem
da Pamplona. Dá pra passar
correndo depois", conta.
Atropelamentos
De acordo com a CET, o fato
de a travessia ser feita em duas
etapas pode provocar atropelamentos, por conta da ansiedade
dos pedestres em alcançar o
outro lado da avenida. O tempo
de sinal verde para pedestres
em cada cruzamento varia, mas
geralmente é de menos de 30
segundos.
Segundo Bornsztein, um dos
pontos críticos da cidade -onde acontecem mais atropelamentos- está justamente no
cruzamento da Paulista com a
avenida Brigadeiro Luiz Antonio. Ela não forneceu números.
Para tentar evitar que os pedestres continuem utilizando
os cruzamentos para chegar ao
outro lado da rua, a idéia é implantar grades de contenção
-assim como acontece, por
exemplo, na avenida São Luís
(centro). Lá, a grade impede
que os pedestres cruzem a via
pelo trevo da avenida Ipiranga.
O consultor em trânsito Luis
Antonio Seraphim, que já trabalhou na CET, aprova as mudanças. Para ele, a nova distribuição das travessias, mais distantes dos cruzamentos, permite evitar atropelamentos e
não tende a representar perdas
significativas para a fluidez dos
carros. "A favor da segurança,
vale tudo. E, se bem estudado, é
possível que não haja perda de
tempo aos veículos ou que ela
seja muito reduzida", avalia.
Para o engenheiro Horácio
Augusto Filgueira, ligado a uma
entidade de defesa dos direitos
do pedestre, a mudança pode
estimular a utilização das faixas
por quem atravessa a avenida.
O problema, segundo ele, é
saber se vale a pena fazer o pedestre andar 30 metros a mais,
com o deslocamento da faixa.
"Se a pessoa tiver que esperar o
mesmo tanto que espera hoje
para atravessar a avenida, num
dia de trânsito carregado, por
exemplo, ela pode preferir passar no cruzamento mesmo. Vai
ser mais rápido", afirma.
Colaborou ALENCAR IZIDORO , da Reportagem
Local
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