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Pelo 2º ano, rede pública do RS é a melhor no Enem
Notas da parte objetiva, entretanto, foram 23% inferiores às do ano passado
No desempenho geral, contando as notas das escolas públicas e privadas, o Estado de São Paulo saltou duas posições, de 8º para 6º
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os dados do Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio) divulgados ontem mostram que o
Rio Grande do Sul, pelo segundo ano consecutivo, tem a melhor rede pública de ensino médio do país. Ainda assim, em
média, os estudantes do Estado
não conseguiram acertar nem
metade da prova.
Apesar do resultado, o desempenho dos estudantes da
rede pública do RS caiu 23% em
relação ao ano anterior. Na parte objetiva, composta por questões de múltipla escolha, os alunos do Estado acertaram 42,12
pontos (de cem), contra 54,61
pontos, no exame passado.
Na redação, entretanto, a
nota subiu 3,5%, passando de
59,74 pontos para 61,84 pontos
-de outros cem pontos.
Mesmo com nota mais baixa
que no ano passado (39,43 contra 49,27), SP subiu três posições na relação da escolas públicas na parte objetiva -passando de oitava para quinta. No
índice geral, contando notas
das duas redes, SP subiu duas
posições, de oitavo para sexto.
A Secretaria da Educação,
por meio de sua assessoria, comemorou o avanço e disse esperar resultados melhores com
a adoção de ações para o ensino
médio, como a instituição de 42
dias do ano letivo para recuperação de aprendizagem.
Já Alagoas ficou com a pior
rede pública do país. Os estudantes de AL fizeram, em média, 31,76 pontos na parte objetiva e 57,26 na redação. No ano
anterior, as médias foram 42,58
e 52,06, respectivamente.
O melhor desempenho geral,
considerando as notas da parte
objetiva, assim como em 2007,
foi o do Distrito Federal.
Houve, porém, queda nas notas de todos os Estados. A média nacional nas questões de
múltipla escolha caiu 23%, de
52,47 para 40,54.
A queda geral das notas pode
estar relacionada ao grau de dificuldade da prova deste ano.
De acordo com professores ouvidos pela Folha no dia do exame, o Enem de 2008 foi mais
trabalhoso e denso do que os
dos anos anteriores.
"Havia enunciados gigantescos. Foi uma prova mais densa
e cansativa", disse à época a
coordenadora do Cursinho da
Poli, Alessandra Venturi.
Se forem comparadas as notas dos alunos de escola pública
com as de escolas particulares,
nota-se um desempenho 34%
inferior. A diferença foi de 18,8
pontos -37,3 contra 56,1. O
hiato deste ano, porém, é inferior ao registrado no ano passado, quando 20,4 pontos separavam as duas redes de ensino.
Naquele ano, porém, a comparação foi feita entre alunos
que fizeram todo o ensino médio na mesma rede de ensino.
Em 2008, foi considerada a diferença só da rede pela qual o
aluno concluiu o curso.
O MEC também aponta que
não se pode comparar duas
edições do Enem, pois o grau
de dificuldade varia.
O presidente do Inep (instituto de que divulgou os dados
do Enem), Reynaldo Fernandes, diz que é preciso cautela ao
comparar as redes, já que alunos com melhor nível socioeconômico tendem a ter mais
chance de melhores notas.
O Enem deste ano avaliou
2,9 milhões de alunos. Os resultados podem ser conferidos
no site (www.inep.gov.br)
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