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Prédio residencial de três andares em PE afunda 70 cm
Moradores tiveram de deixar às pressas suas casas no início da manhã em Jaboatão dos Guararapes; não houve feridos
Segundo a Defesa Civil, ele será demolido e os outros três blocos do conjunto e cinco casas vizinhas ficarão interditadas até análise
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Um bloco de um prédio residencial afundou cerca de 70 cm
por volta das 6h de ontem em
Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana de Recife),
causando pânico nos moradores, que tiveram de deixar o local às pressas.
A Defesa Civil municipal determinou a retirada de todas as
famílias do conjunto residencial Sevilha, no bairro Piedade,
em razão dos riscos de desabamento. Ninguém ficou ferido.
O conjunto tem 14 anos e
possui três andares, além do
térreo, divididos em quatro
blocos. No total, são 16 apartamentos. No bloco B do prédio,
além do afundamento, a parede
da entrada também desabou.
A diretora-geral da Defesa
Civil do município, Rejane Lucena, diz que o bloco será demolido e que os moradores dos
outros três blocos do conjunto
e de cinco casas vizinhas só poderão retornar após a análise
das edificações.
Laudo
De acordo com ela, há cerca
de um ano um grupo de moradores contratou um serviço
particular de engenharia para
fazer vistoria na edificação,
mas não sabe qual foi o resultado do laudo.
Ainda de acordo com a diretora, os responsáveis pela construtora e pela seguradora do
prédio não haviam sido localizados até a tarde de ontem.
"Estamos com dificuldade de
ter acesso a estes documentos,
pois eles estão no interior do
apartamento do síndico, e ninguém pode entrar lá por enquanto", afirma.
Lucena diz que a Defesa Civil
municipal está atuando com
outros órgãos e que não há como determinar a causa do afundamento. "Não trabalhamos
com hipóteses, pois como trabalhamos com vidas pode ser
precipitado e imprudente."
Moradores e curiosos ficaram em frente ao prédio ontem. No início da tarde, alguns
moradores dos blocos A, C e E
puderam entrar em seus apartamentos por 15 minutos para
retirar alguns pertences.
Os apartamentos têm três
dormitórios, com duas suítes. A
maioria é financiada.
Histórico
Não é o primeiro caso de
afundamento de prédio registrado no bairro de Piedade nos
últimos anos.
O mais grave foi em outubro
de 2004, quando quatro pessoas morreram após o desabamento do edifício Areia Branca
-prédio residencial de 12 andares. A tragédia só não foi
maior porque os moradores
deixaram o local no dia anterior
após ouvirem estalos.
Houve outros casos sem vítimas. O último ocorreu há apenas dois meses. Um centro comercial na avenida Bernardo
Vieira de Melo, que estava em
obras, desabou.
Em 1997, a estrutura do edifício Aquarela afundou, assim
como a do Sevilha. O prédio foi
desocupado e, três anos depois,
também desabou.
Em junho de 2001, quatro
dos 16 apartamentos do edifício
Ijuí desabaram e outros quatro
ficaram comprometidos.
Para Lucena, há coincidência
pelos fatos terem ocorrido no
mesmo bairro. "Cada problema
teve um motivo específico. Há
uma série de condicionantes a
serem avaliadas", afirma.
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