São Paulo, Sábado, 22 de Janeiro de 2000


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SAÚDE
Objetivo é chegar aonde equipes de saúde têm dificuldade e achar famílias que não foram vacinadas
Militar vai vacinar contra febre amarela

DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília

As Forças Armadas irão participar da campanha de vacinação emergencial contra a febre amarela silvestre nas áreas de difícil acesso dos Estados em que a doença é endêmica (regiões Norte e Centro-Oeste e no Maranhão).
O objetivo é conseguir chegar onde as equipes de saúde têm dificuldades de ir para localizar famílias que não foram vacinadas.
O Ministério da Saúde quer aumentar de 75% para 95% a cobertura vacinal nessas áreas para evitar que o surto de Goiás e Tocantins -que já fez 13 vítimas desde dezembro- se repita.
Técnicos do ministério já descobriram dois focos de infestação do mosquito Haemagogus (que transmite a febre amarela silvestre) no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, ambos próximos a Alto Paraíso.
Além dos mosquitos, os especialistas encontraram macacos mortos. "Vamos monitorar a evolução do surto entre os macacos para garantir que toda a população da área afetada está vacinada", disse Jarbas Barbosa, diretor do Cenepi (Centro Nacional de Epidemiologia).
A decisão de usar as Forças Armadas foi tomada em encontro que reuniu os coordenadores de vacinação de todos os Estados na quinta-feira, em Brasília.
A vacinação nos Estados não-endêmicos também será reforçada, sobretudo em aeroportos e rodoviárias, para evitar que pessoas não vacinadas viagem para as áreas endêmicas.
Até o fim do mês, 22 mil postos de todo o país estarão oferecendo regularmente a vacina antiamarílica. Antes do surto na região da Chapada dos Veadeiros, pouco mais de 6.000 ofereciam o serviço.
O presidente da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), Mauro Ricardo Costa, afirmou que o estoque de 60 milhões de doses da vacina é suficiente para atender à demanda. Minas Gerais, São Paulo e Paraná receberão as vacinas extras com prioridade porque são Estados que fazem fronteira com áreas endêmicas e onde já houve casos de febre amarela silvestre.
Por precaução, o Ministério da Saúde solicitou à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que dobre sua produção mensal da vacina antiamarílica, passando dos atuais 5 milhões de doses mensais para 10 milhões. Cada dose de vacina custa ao governo R$ 0,20.
Também foram compradas 35 milhões de seringas descartáveis e agulhas. "Estamos montando um esquema emergencial que vai permitir imunizar todos os brasileiros que queiram receber a vacina", disse Costa. A Funasa só irá repassar vacina aos Estados que apresentarem planos de vacinação. "Não adianta nos pedirem 2 milhões de doses se não ficar claro como pretendem utilizá-las."


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