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SAÚDE
Objetivo é chegar aonde equipes de saúde têm dificuldade e achar famílias que não foram vacinadas
Militar vai vacinar contra febre amarela
DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília
As Forças Armadas irão participar da campanha de vacinação
emergencial contra a febre amarela silvestre nas áreas de difícil
acesso dos Estados em que a
doença é endêmica (regiões Norte
e Centro-Oeste e no Maranhão).
O objetivo é conseguir chegar
onde as equipes de saúde têm dificuldades de ir para localizar famílias que não foram vacinadas.
O Ministério da Saúde quer aumentar de 75% para 95% a cobertura vacinal nessas áreas para evitar que o surto de Goiás e Tocantins -que já fez 13 vítimas desde
dezembro- se repita.
Técnicos do ministério já descobriram dois focos de infestação
do mosquito Haemagogus (que
transmite a febre amarela silvestre) no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, ambos próximos a Alto Paraíso.
Além dos mosquitos, os especialistas encontraram macacos
mortos. "Vamos monitorar a evolução do surto entre os macacos
para garantir que toda a população da área afetada está vacinada", disse Jarbas Barbosa, diretor
do Cenepi (Centro Nacional de
Epidemiologia).
A decisão de usar as Forças Armadas foi tomada em encontro
que reuniu os coordenadores de
vacinação de todos os Estados na
quinta-feira, em Brasília.
A vacinação nos Estados não-endêmicos também será reforçada, sobretudo em aeroportos e rodoviárias, para evitar que pessoas
não vacinadas viagem para as
áreas endêmicas.
Até o fim do mês, 22 mil postos
de todo o país estarão oferecendo
regularmente a vacina antiamarílica. Antes do surto na região da
Chapada dos Veadeiros, pouco
mais de 6.000 ofereciam o serviço.
O presidente da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), Mauro
Ricardo Costa, afirmou que o estoque de 60 milhões de doses da
vacina é suficiente para atender à
demanda. Minas Gerais, São Paulo e Paraná receberão as vacinas
extras com prioridade porque são
Estados que fazem fronteira com
áreas endêmicas e onde já houve
casos de febre amarela silvestre.
Por precaução, o Ministério da
Saúde solicitou à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que dobre sua
produção mensal da vacina antiamarílica, passando dos atuais 5
milhões de doses mensais para 10
milhões. Cada dose de vacina custa ao governo R$ 0,20.
Também foram compradas 35
milhões de seringas descartáveis e
agulhas. "Estamos montando um
esquema emergencial que vai
permitir imunizar todos os brasileiros que queiram receber a vacina", disse Costa. A Funasa só irá
repassar vacina aos Estados que
apresentarem planos de vacinação. "Não adianta nos pedirem 2
milhões de doses se não ficar claro
como pretendem utilizá-las."
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