São Paulo, Sábado, 22 de Janeiro de 2000


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Perueiros queimam 4 ônibus no segundo dia de protestos

ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local

Quatro ônibus urbanos foram queimados em São Paulo no segundo dia consecutivo de protestos de perueiros clandestinos.
A guerra entre donos de lotações irregulares, empresas de ônibus e prefeitura deixou saldo de oito veículos depredados e incendiados em uma semana.
Os ataques de ontem se concentraram na região de São Mateus (zona sudeste da capital), próximo do terminal de integração.
Cerca de 300 perueiros participaram das manifestações, segundo estimativa da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da Polícia Militar, a partir das 14h.
Houve bloqueio parcial da avenida Sapopemba, na pista com sentido centro, na altura do numeral 3.000.
O tráfego ficou lento, mas não houve congestionamento porque a CET desviou os veículos para rotas alternativas. A lentidão em São Paulo era de 54 km no final da tarde, marca considerada normal para uma sexta-feira.
O motivo das manifestações foi a determinação da SPTrans de multar em 3.000 Ufirs (R$ 3.192) as lotações clandestinas apreendidas pela fiscalização.
A lei que criou a multa começou a ser aplicada esta semana, apesar dos protestos da categoria. Antes da aprovação da medida, os perueiros apreendidos pagavam apenas as taxas de remoção (R$ 329) e de estadia do veículo (R$ 8 pelo período de 12 horas) para a prefeitura.

Rastro
Anteontem, cerca de 1.500 donos de lotações participaram dos protestos na zona sul. Três ônibus foram incendiados no Jabaquara.
O Transurb (sindicato das empresas de ônibus) estima um prejuízo superior a R$ 600 mil com a destruição dos veículos.
Segundo a assessoria do sindicato, o transporte de passageiros não será prejudicado nas regiões afetadas pelos protestos.
Um dos ônibus queimados ontem era articulado, da empresa Vila Formosa, e valia cerca de R$ 250 mil. Um trólebus também foi incendiado pelos perueiros.
Segundo a polícia, nenhum dos manifestantes foi preso. Em pequenos grupos, eles invadiram o terminal de embarque de passageiros e danificaram ônibus, informou a Polícia Militar. Ninguém ficou ferido.
A PM deslocou equipes para acompanhar a manifestação no terminal assim que dois ônibus pegaram fogo. Por isso, o protesto se deslocou para as ruas laterais.
Outros dois ônibus foram parados no trânsito pelos manifestantes e incendiados.
Além de exigir o fim da nova multa, os perueiros reivindicam também a regularização de 4.042 lotações irregulares -o que, segundo a SPTrans, deve acontecer até o meio deste ano.

Repercussão
A assessoria da SPTrans, que gerencia o transporte de passageiros em São Paulo, disse ontem que a empresa não pretende rever os critérios de aplicação da multa.
Até o começo da noite não havia reunião marcada com os perueiros para tentar resolver o impasse.
O prejuízo ficará para as empresas atingidas pelo vandalismo, segundo o sindicato da categoria.



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