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São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003

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URBANIDADE

Vincenzo Scarpellini


SÃO PAULO ECLÉTICA A pornografia é manipulação dos sentidos. Frequentemente, um ato de poder masculino em forma de olhar; às vezes, uma porta para emoções refinadas e complexas. Walter J. Maria Jr., produtor e diretor de filmes pornôs, com doutorado em filosofia na USP, se encaixa na tradição dos pornógrafos eruditos: de Aretino até Diderot e Sade, passando por Gregorio de Mattos. (VINCENZO SCARPELLINI)

Museu da imaginação

GILBERTO DIMENSTEIN
COLUNISTA DA FOLHA

Previsto para preencher o recuperado prédio do Dops -um dos marcos da revitalização do centro de São Paulo-, o chamado Museu do Imaginário, destinado a contar a história do Brasil pelas artes populares, está correndo o risco de ficar apenas na imaginação.
Projeto do artista plástico Emanoel Araújo, responsável pela revitalização da Pinacoteca do Estado, o Museu do Imaginário, lançado no ano passado, não conta com a adesão nem da nova secretária estadual da Cultura, Cláudia Costin, nem do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O que se tem, de concreto, é um prédio histórico ainda sem finalidade, com amplos espaços vazios.
Na semana passada, Cláudia
Costin começou a promover consultas sobre como ocupar o prédio. A secretária mostrou-se inclinada a transformá-lo em um museu interativo para contar a história de São Paulo. A idéia, ainda engatinhando, é lançar pelo menos parte do projeto nas comemorações dos 450 anos da cidade de São Paulo, em janeiro de 2004.
Não existe um único espaço capaz de encantar as crianças e os adolescentes sobre os principais momentos da história de São Paulo, fazendo-os mergulhar, ao mesmo tempo, no tropicalismo, na Jovem Guarda, na Semana de Arte Moderna, em Monteiro Lobato, nos clubes de futebol, nas revoluções, na resistência dos regimes autoritários e na saga dos migrantes.
"Incrível que os migrantes ainda não tenham merecido um museu, já que São Paulo é a
maior cidade nordestina do Brasil", lamenta Cláudia Costin.
A idéia é mais ambiciosa. O prédio do Dops seria transformado em um complexo de exposições, transformando o bairro da Luz -onde se contam o apogeu dos tempos do café e da industrialização e a decadência da cracolândia- em um museu a céu aberto. Em uma parceria com as escolas, seriam treinados professores para serem monitores, além de produzidos materiais didáticos.
Um charmoso ingrediente desse museu a céu aberto começa a funcionar ainda neste semestre. Margeando os prédios e partindo da estação Júlio Prestes, circulará um bonde, no qual o condutor deverá ser um contador de histórias.

E-mail - gdimen@uol.com.br


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