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Convênio tenta reduzir poluição
da Sucursal do Rio
O convênio que está provocando a greve dos funcionários do
Cedae, assinado entre os governos estadual e municipal, terceiriza as obras de saneamento básico
na Barra da Tijuca e Jacarepaguá.
O convênio visa reduzir a poluição que transformou as lagoas de
Jacarepaguá e da Barra da Tijuca
em ameaça para a população do
Rio de Janeiro.
Conhecidas como pontos de turismo e de pesca da cidade, as
águas dessas lagoas (da Tijuca, de
Jacarepaguá, Camorim, Marapendi e Lagoinha) abrigam algas
que podem provocar doenças hepáticas, como câncer de fígado.
As doenças podem se desenvolver nos pescadores, praticantes de
esportes ou banhistas do local,
através de uma "contaminação
crônica", segundo a professora da
UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro) Sandra Azevedo.
Ela desenvolveu um estudo da
proliferação de bactérias tóxicas
no local nos últimos três anos.
O convênio assinado ontem pelo governador Anthony Garotinho (PDT) e o prefeito do Rio,
Luiz Paulo Conde (PFL), no valor
de R$ 190 milhões, prevê a instalação de um emissário submarino
na Barra da Tijuca.
O objetivo é contratar uma empresa privada, por meio de licitação, para cuidar dos serviços de
saneamento básico na Barra da
Tijuca e nas vizinhas Recreio dos
Bandeirantes e Jacarepaguá.
O emissário, que deverá estar
totalmente instalado em dois
anos e meio, deverá recuperar e
monitorar todo o sistema de lagoas da região.
O diagnóstico da professora da
UFRJ é que a água das lagoas
transformou-se em multiplicador
da alga Microsistis. Essa alga é
responsável pela produção da microcistina, substância que pode
causar câncer de fígado.
Segundo ela, são necessárias
"ações concretas" para impedir o
consumo de pescados do local,
assim como a prática de esportes
aquáticos.
"A inalação dessas águas é 10
vezes mais tóxico que bebê-las",
avisa. Sua avaliação é que as lagoas devem ser interditadas.
A Secretaria Municipal do Meio
Ambiente financiou o estudo no
último ano, e recebeu neste mês
os resultados do relatório.
A coordenadora de Despoluição da Secretaria, Carmem Lucariny, disse que, caso as lagoas continuem recebendo os níveis atuais
de esgoto, em três anos "não vai
haver nem lagoa".
Carmem Lucariny disse que o
relatório da universidade aponta
que há nas lagoas floração de microalgas "potencialmente tóxicas" e riscos "potenciais" de contaminação.
Ela disse que a Secretaria não recomenda prática de esportes, banho ou pesca nas lagoas. Mas descarta a interdição do local.
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