São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2000


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Convênio tenta reduzir poluição

da Sucursal do Rio

O convênio que está provocando a greve dos funcionários do Cedae, assinado entre os governos estadual e municipal, terceiriza as obras de saneamento básico na Barra da Tijuca e Jacarepaguá.
O convênio visa reduzir a poluição que transformou as lagoas de Jacarepaguá e da Barra da Tijuca em ameaça para a população do Rio de Janeiro.
Conhecidas como pontos de turismo e de pesca da cidade, as águas dessas lagoas (da Tijuca, de Jacarepaguá, Camorim, Marapendi e Lagoinha) abrigam algas que podem provocar doenças hepáticas, como câncer de fígado.
As doenças podem se desenvolver nos pescadores, praticantes de esportes ou banhistas do local, através de uma "contaminação crônica", segundo a professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Sandra Azevedo. Ela desenvolveu um estudo da proliferação de bactérias tóxicas no local nos últimos três anos.
O convênio assinado ontem pelo governador Anthony Garotinho (PDT) e o prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL), no valor de R$ 190 milhões, prevê a instalação de um emissário submarino na Barra da Tijuca.
O objetivo é contratar uma empresa privada, por meio de licitação, para cuidar dos serviços de saneamento básico na Barra da Tijuca e nas vizinhas Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá.
O emissário, que deverá estar totalmente instalado em dois anos e meio, deverá recuperar e monitorar todo o sistema de lagoas da região.
O diagnóstico da professora da UFRJ é que a água das lagoas transformou-se em multiplicador da alga Microsistis. Essa alga é responsável pela produção da microcistina, substância que pode causar câncer de fígado.
Segundo ela, são necessárias "ações concretas" para impedir o consumo de pescados do local, assim como a prática de esportes aquáticos.
"A inalação dessas águas é 10 vezes mais tóxico que bebê-las", avisa. Sua avaliação é que as lagoas devem ser interditadas.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente financiou o estudo no último ano, e recebeu neste mês os resultados do relatório.
A coordenadora de Despoluição da Secretaria, Carmem Lucariny, disse que, caso as lagoas continuem recebendo os níveis atuais de esgoto, em três anos "não vai haver nem lagoa".
Carmem Lucariny disse que o relatório da universidade aponta que há nas lagoas floração de microalgas "potencialmente tóxicas" e riscos "potenciais" de contaminação.
Ela disse que a Secretaria não recomenda prática de esportes, banho ou pesca nas lagoas. Mas descarta a interdição do local.



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