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SEGURANÇA
Polícia diz que um dos pais costuma ser levado junto
Crianças são 4% das vítimas de sequestro na Grande São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Crianças como as três filhas de
um executivo paulistano, libertadas anteontem à noite, representam 4% das vítimas de sequestro
na Grande São Paulo.
Segundo a DAS (Divisão Anti-Sequestro), 14 meninos e meninas
de até 11 anos viraram reféns no
ano passado. No total, foram 350
vítimas. Em 2001, 26 crianças (8%
do total) foram sequestradas.
As três irmãs -de quatro, oito e
dez anos- foram capturadas no
último dia 12, no Morumbi (zona
oeste da capital paulista), no primeiro sequestro de 2003 envolvendo crianças em São Paulo.
As meninas passaram dez dias
com os sequestradores, em uma
casa ainda não localizada pela polícia, e foram soltas horas depois
de a família pagar o resgate exigido -cerca de R$ 45 mil.
Segundo o delegado Godofredo
Bittencourt, do Deic (Departamento de Investigações sobre o
Crime Organizado), a quadrilha
não é especializada em sequestro.
""Passaram a impressão de que
trombaram com as vítimas na rua
e as levaram para o cativeiro."
Dois homens foram presos.
Um, durante a investigação e o
outro, um taxista, depois da libertação das meninas. O taxista teria
participado da captura das meninas. Os nomes não foram divulgados para não prejudicar as investigações. A quadrilha teria seis
integrantes, segundo a polícia.
Escutas telefônicas apontaram
uma suposta ligação do grupo
que capturou as meninas com outros sequestradores mais antigos
e conhecidos da polícia.
As três irmãs foram sequestradas quando eram levadas de carro
para a escola, acompanhadas da
babá e do motorista, por volta das
6h30. Os cinco foram levados no
próprio carro pelo grupo. Uma
hora depois, a babá e o motorista
foram libertados.
As três meninas e o cachorro
poodle delas foram levados para
um cativeiro, que pode ficar na região de Sorocaba (100 km de SP).
No primeiro contato telefônico,
os sequestradores teriam pedido
cerca de R$ 4 milhões. Depois, foram reduzindo os valores.
Segundo a polícia, as irmãs não
foram agredidas e receberam alimentação. As três foram libertadas no km 18 da estrada de Itapecerica da Serra, por homens que
dirigiam uma Brasília. Pelo menos dois motoqueiros escoltavam
o veículo, de acordo com depoimento de testemunhas.
Ontem, a polícia informou ter
pistas dos sequestradores, que
podem estar envolvidos em outro
caso na capital paulista.
Segundo Wagner Giudice, diretor da DAS, o inusitado do caso
está na abordagem dos sequestradores. "Nos casos anteriores, eles
levavam um dos pais para o cativeiro. Às vezes, libertavam a mãe
para providenciar o valor do resgate. Capturar só as crianças deve
ser a primeira vez", disse.
Colaborou o "Agora"
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