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Após 4 meses na UTI, menor menina do país tem alta
Letícia, que chegou a pesar 290g, saiu do hospital
no último sábado com 2,1 kg
Ainda é cedo para avaliar se
menina ficará com seqüelas
da prematuridade, afirma
médica do hospital em que a
pequena Letícia nasceu
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quatro meses e meio de
internação em uma UTI neonatal, a menor menina já nascida no país teve alta no último
sábado. Letícia nasceu com 26
cm e 395 g -chegou a 290 g
após o parto- e saiu da maternidade pesando 2,1 kg. Pôde, finalmente, reencontrar a irmã
gêmea, Maria Eduarda, que
tem o dobro do seu peso.
O menor menino do Brasil é
o carioca Artur, que nasceu
dois meses antes de Letícia, em
agosto de 2006, com 385 g e 23
cm. No mundo, o menor bebê é
a pequena Amilia, nascida em
Miami (EUA) em outubro último, com 284 gramas e 24 cm, e
deve ter alta nos próximos dias.
Poucos apostaram na sobrevivência de Letícia, revela a
mãe Kátia Regina Krul, 28, que
engravidou por meio de inseminação artificial após três
anos de tentativas. "Aos quatro
meses de gestação, o obstetra
disse que ela não estava crescendo e que o esforço seria em
salvar a Maria Eduarda", conta.
Dois meses depois, ela ouviria a mesma sentença ao chegar
à maternidade com pré-eclâmpsia, motivada por pressão alta (23 por 16). "O parto teve que ser feito imediatamente
porque nós três corríamos risco de vida. Ouvi dos médicos
que a Letícia não sobreviveria
porque era muito prematura."
Após o parto cesariana de urgência, Kátia permaneceu dois
dias na UTI. Só então conseguiu ver as gêmeas na UTI neonatal. No quarto dia, teve alta e
passou a visitar as filhas diariamente. "Foi terrível. Em um
dia, uma estava ótima e a outra
ruim. No outro, a situação se invertia. Foi um longo percurso
até elas aprenderem a respirar,
a mamar", afirma. No início de
janeiro, Maria Eduarda teve alta, pesando 2,3 kg.
A irmã Letícia seguiu internada. Desde que nasceu, a pequena usou respirador artificial, cateteres para receber oxigênio e medicação, recebeu
transfusão de sangue, remédios
para maturação pulmonar e
drogas vasoativas (dopamina),
para as funções renais. Foi assistida por uma equipe de cardiologistas, neurologistas, infectologistas, oftalmologistas,
enfermeiros e fisioterapeutas.
Segundo a médica Suely Dornellas do Nascimento, chefe da
UTI neonatal da maternidade
Santa Joana -onde os bebês
nasceram e ficaram internados-, ainda é cedo para saber
se Letícia ficará com seqüelas
da prematuridade -como deficiências visual e auditiva, déficit de aprendizagem e problemas de coordenação motora.
Hoje, a menina respira sozinha.
Sábado passado, Kátia realizou um desejo que alimentava
desde que se descobriu grávida
de gêmeas: fotografá-las juntas.
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