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Aluno espanca professora em sala de aula
Em Ribeirão Preto, estudante de 14 anos agrediu com socos e pontapés sua professora de português, e só parou ao ser contido
Menino, que cursa a 7ª série do ensino fundamental, afirmou que não se arrepende e que a agressão foi motivada por ofensa
Joel Silva/Folha Imagem
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A professora de português Paula Aparecida Alves, 37, que foi agredida por um estudante em escola estadual de Ribeirão Preto
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A professora de português
Paula Aparecida Alves, 37, foi
agredida na tarde de anteontem com socos e pontapés por
um aluno de 14 anos, da 7ª série
do ensino fundamental, na escola estadual Professor José Lima Pedreira de Freitas, na Vila
Virgínia, em Ribeirão Preto (interior de São Paulo).
De acordo com o relato da
professora, o aluno a ofendeu
após ser repreendido por atrapalhar a aula. Quando estava
sendo retirado da sala por uma
inspetora da escola, o estudante se soltou e deu dois socos no
rosto da professora. Paula tentou correr, mas foi derrubada e
levou chutes no estômago.
O aluno foi contido por colegas e professores. Um boletim
de ocorrência foi registrado na
Delegacia da Infância e Juventude. O garoto chegou a ficar
detido por algumas horas, mas
foi liberado após a chegada de
familiares. Paula passou por
exame de corpo de delito no
IML (Instituto Médico Legal),
que confirmou as agressões
Em solidariedade à colega, os
professores da Pedreira de
Freitas se recusaram a dar aulas ontem de manhã enquanto
o aluno agressor não saísse da
escola -ele voltou ao prédio
com a mãe para conversar com
o diretor da escola, que lhe aplicou uma suspensão.
Ontem, em meio à uma bateria de exames em uma clínica
particular, Paula, que é professora há 12 anos, disse que pensou em desistir da profissão e
falou que pretende processar o
garoto. "Ele me ameaçou, disse
que vai me matar. Eu pedia para ele parar de me bater, gritava
por socorro, mas ele não parava. Foi terrível", disse a professora, que passa bem.
Segundo Mauro da Silva Inácio, conselheiro estadual da
Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), o garoto tem
um histórico de indisciplina.
O menino disse à reportagem
que não se arrepende e que
agrediu a professora porque ela
ofendeu sua mãe.
A mãe do estudante, de 32
anos, confirmou que seu filho
já teve problemas anteriores
com outros professores. "Com
9 anos, ele tentou agredir uma
professora. Com 13, ele chegou
a empurrar uma diretora de escola. Não sei mais o que fazer."
O NAI (Núcleo de Atendimento Integrado) está acompanhando o caso, que foi entregue à Vara da Infância e Juventude de Ribeirão.
Professores, pais e alunos vão
se reunir amanhã, na frente da
escola, para protestar contra
este e outros casos de violência
nas escolas públicas da região.
Em nota, a secretaria afirmou que o conselho da escola
vai se reunir nos próximos dias
para discutir o futuro do aluno.
Não foi o primeiro caso de
agressão na escola. Em novembro de 2001, um aluno se desentendeu com a diretora da
escola que, após sofrer uma
agressão, chamou a polícia. Sobrou também para os policiais:
um teve a farda rasgada e outro,
os óculos quebrados.
Segundo dados da Secretaria
de Estado da Educação, caiu em
17% o número de agressões de
alunos a professores em todo o
Estado. Em 2006, foram registrados 217 casos de agressão física e, no ano passado, 180.
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