São Paulo, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

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François Moreau, travessia no Ford 29

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Difícil traduzir a paixão do empresário François Emile Moreau. Conhecido no ramo imobiliário de Búzios (RJ), ficou imortalizado, nos anos 1950, como o rapaz que atravessou as Américas em seu calhambeque.
Diz a família que sua mãe, bisneta da marquesa de Santos, passava férias nos Pirineus franceses quando conheceu seu pai. Casaram-se e Moreau nasceu na Basiléia, Suíça, onde o pai, engenheiro, tocava obras. Veio para o Brasil com menos de 1 ano.
Terminou os estudos em 1952 e qual não foi a surpresa da família quando quis, não entrar na faculdade, aos 17 anos, mas fazer uma viagem de carro aos Estados Unidos?
Aprendeu a montar e desmontar seu Ford 29, juntou três amigos, que desistiram, no caminho a Detroit, ao capotarem na Cordilheira dos Andes. Moreau seguiu, por seis meses na estrada, até bater na porta da Ford, em Detroit, onde vendeu seu carro ao museu da empresa e ganhou a passagem de volta.
Não quis mais estudar. Abriu uma oficina e "virou empresário" -logo depois já galgava cargos na empresa aérea Cruzeiro do Sul, quando Búzios ainda não era famosa pela estadia de Brigite Bardot. Moreau comprou então diversas glebas de terra, vendeu, ficou rico.
Mas a paixão era a velocidade -também de aviões, especialmente seu Skylane. Que deixou de pilotar há nove anos, quando perdeu o brevê tirado aos 16. Estava doente, enfizema. "Mas ainda voava, em casa." Morreu na sexta, de infarto, aos 73 anos, em Curitiba. Tinha oito filhos e oito netos.


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