|
Texto Anterior | Índice
François Moreau, travessia no Ford 29
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Difícil traduzir a paixão do
empresário François Emile
Moreau. Conhecido no ramo
imobiliário de Búzios (RJ),
ficou imortalizado, nos anos
1950, como o rapaz que atravessou as Américas em seu
calhambeque.
Diz a família que sua mãe,
bisneta da marquesa de Santos, passava férias nos Pirineus franceses quando conheceu seu pai. Casaram-se e Moreau nasceu na Basiléia,
Suíça, onde o pai, engenheiro, tocava obras. Veio para o
Brasil com menos de 1 ano.
Terminou os estudos em
1952 e qual não foi a surpresa
da família quando quis, não
entrar na faculdade, aos 17
anos, mas fazer uma viagem
de carro aos Estados Unidos?
Aprendeu a montar e desmontar seu Ford 29, juntou
três amigos, que desistiram,
no caminho a Detroit, ao capotarem na Cordilheira dos
Andes. Moreau seguiu, por
seis meses na estrada, até bater na porta da Ford, em Detroit, onde vendeu seu carro
ao museu da empresa e ganhou a passagem de volta.
Não quis mais estudar.
Abriu uma oficina e "virou
empresário" -logo depois já
galgava cargos na empresa
aérea Cruzeiro do Sul, quando Búzios ainda não era famosa pela estadia de Brigite
Bardot. Moreau comprou
então diversas glebas de terra, vendeu, ficou rico.
Mas a paixão era a velocidade -também de aviões, especialmente seu Skylane.
Que deixou de pilotar há nove anos, quando perdeu o
brevê tirado aos 16. Estava
doente, enfizema. "Mas ainda voava, em casa." Morreu
na sexta, de infarto, aos 73
anos, em Curitiba. Tinha oito
filhos e oito netos.
Texto Anterior: Mortes Índice
|