São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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3 delegados são afastados acusados de despir escrivã

Eles eram da Corregedoria da Polícia Civil de SP e acusam a policial, que teve calça e calcinha tiradas, de cobrar propina

No fim de semana, foi divulgado vídeo sobre a investigação no qual a escrivã aparece sendo despida por policiais


ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, decidiram ontem afastar do cargo três delegados da Corregedoria da Polícia Civil suspeitos de cometer abuso de autoridade contra a então escrivã V.F.S.L.
Em junho de 2009, V. foi alvo de uma ação da corregedoria dentro do 25º DP (Parelheiros). Ela teve sua calça e calcinha tiradas à força pela equipe de policiais da corregedoria, que a acusou de cobrar R$ 200 de propina para favorecer um homem suspeito de portar munição em um inquérito policial.
À época da suposta cobrança de propina, V. cursava o 5º ano de direito. Ela chegou a ser presa, foi expulsa da polícia em outubro de 2010 e, agora, seus advogados tentam reverter a sua exoneração da Polícia Civil.
Nos bastidores da Segurança Pública, segundo apurou a Folha, a justificativa para o afastamento dos delegados foi a de que a situação política ficou insustentável para os policiais da corregedoria depois de o caso tomar proporções nacionais.
No fim de semana, um vídeo sobre a investigação contra a escrivã, gravado pela própria corregedoria e no qual ela aparece sendo despida, foi divulgado pelo blog do jornalista Fábio Pannunzio (pannunzio.com.br).
Ontem, Alckmin classificou o vazamento do vídeo como "grave". Até antes da divulgação do vídeo, a cúpula da Segurança Pública apoiava os delegados da corregedoria que despiram V.
Um inquérito que investigou dois dos três delegados afastados ontem -Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves- por suposto abuso contra V. havia sido arquivado.
Outros dois delegados envolvidos no caso, Emílio Antonio Pascoal e Renzo Santo Barbin, também serão investigados novamente por suposto abuso. Barbin havia sido sacado da corregedoria antes de o vídeo vazar.
Em entrevista ao portal G1, a ex-escrivã afirmou que o caso "é uma dupla humilhação, no dia e agora", referindo-se à divulgação do vídeo.


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