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DPs não podem "fechar", diz secretário
DA FOLHA CAMPINAS
O secretário de Estado da Segurança Pública, Saulo de Castro
Abreu Filho, 40, disse ontem que
os plantões policiais não podem
fazer nenhum tipo de restrição ao
atendimento da população por
questão de segurança.
A declaração foi feita ontem durante o 46º Congresso Estadual de
Municípios, em Serra Negra (150
km de São Paulo). "A polícia trabalha 24 horas para atender todo
mundo e atender bem", declarou.
Segundo ele, as restrições no
atendimento somente serão toleradas se houver falta de estrutura
para a realização do trabalho.
A Folha constatou a falta de
atendimento visitando, durante a
madrugada de ontem, plantões
da Polícia Civil de Sumaré e Hortolândia, na região de Campinas.
Distritos policiais dessas cidades
foram vítimas de atentados a tiros
e bombas, supostamente cometidos pela facção criminosa PCC
(Primeiro Comando da Capital).
Em Hortolândia, as pessoas que
procuraram de madrugada o único distrito policial que atendia a
população durante esse período
foram orientadas a registrar a
queixa durante o dia, por questões de segurança.
"Se eles estão com medo, que
montem um esquema melhor de
segurança para atender à população", afirmou o supervisor de segurança Eliseu Gonçalves Chaves,
28, que não pôde registrar uma
ocorrência de furto de fios de cobre que ocorreu na empresa em
que trabalha. "Posso voltar durante o dia, mas acho que a polícia
devia registrar a queixa e sair, na
madrugada mesmo, atrás do ladrão", afirmou.
Em Sumaré, o atendimento é
feito com as portas fechadas, também no único distrito que permanece aberto durante a noite, no
centro da cidade.
Segundo o delegado Fernando
Fincatt, 31, plantonista do 1º DP
de Sumaré, o plantão mantém
atendimento normal, desde que o
caso não seja banal. "Pedimos para as pessoas voltarem ao distrito
durante o dia para registrar queixas como discussões ou perda de
documentos. É mais seguro."
Em Campinas, os delegados
plantonistas decidiram manter os
policiais que trabalham no plantão fora do distrito. "Os funcionários entram apenas quando chega
uma ocorrência", disse o delegado plantonista do 9º Distrito Policial, Luís Augusto Mita, 30.
O delegado diretor do Deinter 2
(Departamento da Polícia Judiciária do Interior), Laerte Goff
Macedo, 65, disse ontem que a
polícia da região está mantendo o
atendimento à população.
"A determinação é de que a segurança nos distritos seja reforçada e que o atendimento seja mantido", afirmou. Segundo ele, se o
atendimento está sendo restrito
em Hortolândia e Sumaré, as ordens estão sendo descumpridas.
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