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São Paulo, sábado, 22 de março de 2003

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SEGURANÇA

Em caso de transferência, problemas seriam proximidade da fronteira e falta de estrutura da PF para receber o traficante

Juiz teme que Beira-Mar fuja se for para MS

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O juiz de execuções penais Francisco Gerardo de Sousa, que ficaria responsável pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, em caso de transferência para Mato Grosso do Sul, afirmou ontem que o traficante teria maior facilidade para fugir no Estado. "É muito mais fácil ele conseguir entrar em território estrangeiro [Paraguai ou Bolívia]. É questão de uma ou duas horas", afirmou Sousa. As duas fronteiras estão localizadas a cerca de 400 km de Campo Grande.
Anteontem, o Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul divulgou nota afirmando que a PF deve transferir Beira-Mar de Presidente Bernardes (SP) para as celas da Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande. A informação não foi confirmada oficialmente.
Sousa não foi avisado sobre a eventual transferência, mas afirmou que nem a PF nem os presídios de Campo Grande têm estrutura para receber o traficante.
"A Polícia Federal não é local para recolhimento de preso perigoso, e também há proximidade com a fronteira", afirmou ele.
O juiz lembrou ainda que Beira-Mar foi indiciado no inquérito que apura o assassinato do traficante João Morel, em 2001, dentro do presídio de Campo Grande. Morel atuava na fronteira com o Paraguai. Beira-Mar é suspeito de ser o mandante do crime.
O superintendente da Polícia Federal no Estado, Wantuir Jacini Brasil, informou ontem, por meio de sua assessoria, desconhecer qualquer planejamento para a transferência de Beira-Mar.
O presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado, Sidnei Tadeu Cuissi, afirmou que o suposto plano de transferir Beira-Mar não havia sido cancelado até ontem. O traficante chegaria ao Estado no dia 29. Cuissi disse ainda que o sindicato tomará medidas judiciais para tentar impedir a eventual transferência.


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