São Paulo, sábado, 22 de março de 2008

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PF apreende uma tonelada de cocaína no interior de SP

Apreensão no Estado é a maior nos últimos cinco anos; um brasileiro e dois surinameses foram presos na operação

Entorpecente era colocado em caixas de álcool em gel para ser exportado, via porto de Santos, para Holanda e Polônia

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Policia Federal apreendeu ontem aproximadamente uma tonelada de cocaína em um galpão em Itatiba (a 84 km de São Paulo). Foi a maior apreensão desse tipo do entorpecente feita pela PF no Estado de São Paulo nos últimos cinco anos.
A droga seria enviada para a Polônia e para a Holanda escondida em caixas de álcool em gel. Três pessoas foram presas. De acordo com o delegado da PF Mário Menin, a quadrilha vinha sendo investigada havia dois meses.
Ele afirma que a polícia não tem certeza se a cocaína era produzida na Colômbia ou na Bolívia. "A droga chegava escondida em baterias usadas em veículos de grande porte. Elas ficavam dentro da manta de chumbo das baterias para evitar que fossem detectadas por raio-X", afirmou o delegado.
Após entrar no país em caminhões, as baterias eram levadas para um galpão na avenida José Pescarolo, no centro de Itatiba. O local funcionava sob a fachada de uma empresa denominada JM Automação Industrial. Por isso, a vizinhança não estranhava a movimentação de caminhões, segundo a polícia.
Nesse galpão, os surinameses Marrpersad Jhingoeri e Mahinderparkash Chuttoo desmontavam as baterias, que continham cada uma até 12 kg de cocaína, e embalavam a droga em caixas de papelão de 22 kg como se fossem álcool em gel. O entorpecente seguia então para o porto de Santos, de onde era exportado.
O brasileiro João Mendonça Alves, 39, era o responsável por forjar notas fiscais para exportação de álcool, por uma empresa aberta em seu nome. As remessas de drogas eram intercaladas com cargas de álcool para confundir a fiscalização.
Os surinameses foram presos ontem à tarde no galpão em Itatiba. Alves foi encontrado em seguida pela PF em Itaquera, na zona leste de SP. A polícia acredita que outros integrantes da quadrilha atuem no exterior -o Brasil seria um entreposto da rota de tráfico de drogas.
Foram achadas no galpão 80 caixas prontas para o envio. Até a noite de ontem, a pesagem exata das drogas não havia sido feita. A reportagem não teve acesso aos presos.


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