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SAIA JUSTA
Mulher pede ao marido "strip' doméstico
Rodney Suguita/Folha Imagem
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O comerciante Paulo Fernandes, que frequentou aulas de strip-teasesó para fazer uma surpresa para a mulher, diz que não ficou contente com a própria performance
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Eduardo Gonçalves, que fez striptease ao som de trilha de filme
PAULO SAMPAIO
da Reportagem Local
O cinema levou os homens a
uma "saia justa": depois do filme
"Ou Tudo Ou Nada" (leia texto ao
lado), em que a personagem Jean
incentiva o marido barrigudo e fora de forma a fazer striptease, muitas mulheres da vida real resolveram pedir o mesmo em casa.
"Adoraria que ele fizesse um
"strip' só para mim", disse a fonoaudióloga Sílvia Lemos, 33, depois de assistir ao filme na quinta-feira com o marido, o arquiteto
Marcos Cardoso, 38.
"Nem por dinheiro", diz Cardoso. Ele se recusa sequer a imaginar
a possibilidade de fazer o striptease, mas cai na provocação. "Eu?
Vergonha do físico? Eu estou muito melhor do que aqueles caras do
filme", diz.
Pessoas que assistiram à mesma
sessão que o casal, a das 20h20, no
Cinearte 1, em São Paulo, disseram à Folha que o filme despertou
curiosidades.
"Não acho que as mulheres levam essa história de striptease a
sério como os homens", diz a socióloga Mariza Barroso. "Por isso
mesmo, se o cara fizer com bom
humor, pode ser muito divertido."
O marido de Mariza, o empresário Celso Alvarez, 38, diz que só
faria o striptease se estivesse "alto". "Bebendo um pouco, acho
que o show sai", brinca.
As amigas Claudia Ferri, 31, Mônica Picci, 29, e Tereza Frota, 35,
que foram juntas ao cinema, têm
opiniões divergentes. "Acho que
não sentiria nada se o meu namorado fizesse striptease para mim.
Só vontade de rir", diz Cláudia.
"Isso é porque nunca fizeram
um "strip' legal para você", diz
Mônica, que não precisou pedir a
um ex-namorado "malhadão" que
tirasse a roupa só para ela.
"Fiquei de boca aberta com a
performance dele", lembra ela,
que terminou o namoro em pouco
tempo. "Não sei aonde o cara
aprendeu aquilo, mas deve ter sido em um lugar onde não se ensinava a transar. Ele se achava lindo,
mas era péssimo de cama."
"Para mim, ele era meio gayzão", diz Tereza, que não consegue explicar de outro jeito a vontade de alguns homens de fazer
striptease. "Esses caras muito exibidos, não sei não..."
Sunguinha cavada
A receptividade das mulheres
varia. "Encarei como uma homenagem a mim", diz a esteticista
Amélia Veiga, 37, cujo marido fez
aulas de striptease só para fazer a
surpresa para ela.
"Eu sempre pedia para ele fazer
o "strip', mas não achava que um
dia ele tomaria coragem", conta.
Embora não tenha ficado satisfeito com a própria performance,
o marido de Amélia, o comerciante Paulo Fernandes, 25, conta que
se esmerou. "Estava com uma
sunguinha bem mais cavada do
que a cueca que eu costumo usar",
diz Fernandes. "Mas não acho que
tenha conseguido me soltar."
Ele teve aula com Nelma Penteado, a professora de Amélia. "Minha mulher tinha tido aula com a
Nelma e comentou que a professora estava fazendo teste com uma
turma masculina. Eu me inscrevi
sem contar nada", diz.
Nelma resolveu dar aulas para
homens, atendendo a pedidos de
suas alunas mulheres. "A maior
parte delas diz que gostaria de assistir a um striptease do marido",
explica ela, que agora abriu inscrições para cursos masculinos. "Já
há quase 80 inscritos", diz.
Para o empresário Eduardo
Gonçalves, 27, que participou da
aula experimental por sugestão da
mulher, o curso foi "bastante educativo". "Eu sou extrovertido, mas
estou barrigudo. O curso me ajudou a relaxar com relação a isso."
Como a maioria dos alunos que
participaram desse curso experimental, Gonçalves teve receio do
constrangimento durante a aula.
"Imagine uma turma cheia de
homens aprendendo a fazer striptease com uma mulher. É complicado", diz ele, que, na hora de
aplicar o que aprendeu, espantou
o medo do ridículo com a trilha
sonora do filme "Quatro Casamentos e Um Funeral" (leia depoimento ao lado).
Entre outros truques, a professora Nelma ensina o barrigudo a
"segurar a parceira pelo olhar". "O
poder de sedução está nos olhos",
acredita. Ela ensina ainda que, para a mulher, não é importante que
o homem esteja excitado quando
retira a última peça (cueca).
"O importante é a beleza que
vem de dentro", aprendeu a gerente de vendas Sandra Roque, 37.
Diz que tudo é uma questão de
energia. "Se você se sente atraente,
a energia passa para o cara."
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