|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DIVÓRCIO
Imagem de "maior abandonado" do senador petista aguça a imaginação das mulheres; ele mantém a foto de Marta na mesa
Separação do casal Suplicy vira tema das rodas de conversa
DA REVISTA
Na última quinta, três mulheres
almoçavam nos Jardins (zona
oeste de São Paulo). Na hora do
cafezinho, uma delas comenta: "O
que vocês me dizem do Suplicy
solto, sozinho na praça?"
O tema desde segunda em São
Paulo é o divórcio da prefeita
Marta Suplicy (PT), 56. À surpresa com o fim do casamento, considerado sólido, seguiram-se conjecturas sobre o fim da relação:
ego, ciúme ou disputa política?
Marta diz que o assédio a Suplicy sempre foi intenso. "Tenho
ciúme do Eduardo, mas não dos
300 bilhetinhos que vêm no bolso
cada vez que ele faz palestra. Ciúme a gente só tem quando é perigoso", disse, em setembro.
Agora, o ataque cresceu. Até
quinta, o senador havia recebido
mais de 800 e-mails de "solidariedade". "Lembre-se de que tem
uma fila enorme de mulheres
cheias de amor para te dar, e estou
me candidatando à vaga... caso ela
venha a existir" dizia um deles.
Eduardo Suplicy, 59, foi morar
com a mãe. "Jamais esperei que
isso pudesse acontecer. Não costumo intervir, mas vou falar com
Marta. Ela sempre foi minha amiga e ainda tenho esperança de que
voltem", diz a mãe de Eduardo,
Filomena Matarazzo Suplicy, 92.
Suplicy manteve a foto de Marta
na mesa. "Só Deus sabe se vamos
nos reconciliar. Às vezes Deus
quer." Também ganhou da colega
Heloísa Helena (PT-AL) texto do
padre Antônio Vieira sobre "as
dores e alegrias dessa maravilhosa
e única experiência que é o amor".
Marta seguiu a nota de três linhas divulgada na terça-feira:
"Informamos que resolvemos
nos separar e, a partir de hoje, residiremos em casas diferentes.
Trata-se de um assunto pessoal e
familiar sobre o qual nenhum dos
dois fará qualquer comentário".
Em entrevista há dez dias, o filho Eduardo, o Supla, 35, mostrava solidariedade ao pai. "Meu pai
ama minha mãe. Se não fosse meu
pai, minha mãe não seria nem política, seria burguesinha", afirmou
ao site no. (lê-se "no ponto").
A imagem de "maior abandonado" aguçou o apetite das mulheres. "Só de conhecê-lo na política dá para perceber o quanto ele
é interessante. É bonito, culto e
aparenta ter sido um ótimo marido para Marta. E acho que ele deve ser muito gostoso", diz a psicóloga Regina Segabinazzi, 60. Recém-separada, a pedagoga Cecília
Olmos, 26, acha Suplicy "um tesão". "Não sei se teria coragem de
assediá-lo, mas, se houvesse
oportunidade, sairia com ele."
Dividendos políticos
Suplicy detonou em novembro
a ira petista, quando anunciou a
intenção de tentar a Presidência
-para os petistas, uma afronta à
liderança "natural" de Lula.
Na quarta, o presidente do PT,
José Dirceu, pediu desculpas a Suplicy, disse que na hora "não sabia
do momento que ele estava passando" e informou que o partido
considera inevitável realizar prévia para definir o candidato.
Para Lúcio Kowarick, 63, professor titular de ciência política da
USP, a separação não terá efeito
político. "Acredito que nenhum
dos dois ganha nem perde."
Valeriano Ferreira Costa, 40,
cientista político da Unicamp, diz
que o divórcio não atrapalhará a
possível corrida de Marta à Presidência. "Ela sempre foi ligada a temas polêmicos: aborto, maconha,
casamento entre homossexuais.
Ser divorciada é fichinha."
(JULIANA LOPES, KIYOMORI MORI, PAULO
SAMPAIO E PRISCILLA FERREIRA)
Texto Anterior: Gilberto Dimenstein: Marta, Marluce, Maria Silvia, Regina e Ligia Próximo Texto: Casal se conheceu na praia em 60 Índice
|