São Paulo, sábado, 22 de abril de 2006

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VIOLÊNCIA

Adolescentes de 13 e 14 anos foram baleados por dois homens em São Bernardo (Grande SP); outra garota está em estado grave

Dois jovens são mortos em quadra esportiva

DO "AGORA"

Dois adolescentes, de 13 e 14 anos, foram assassinados e uma garota de 14 anos está internada em estado grave depois de serem baleados em uma quadra esportiva em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Os três estudantes foram encontrados por vizinhos, que ouviram os disparos. Até o final da tarde de ontem, ninguém havia sido preso pelo crime e não havia pistas do que teria motivado o ataque.
Os jovens foram mortos às 22h de anteontem na praça Irineu Ladeira de Souza Lima, no bairro Baeta Neves. Segundo uma testemunha, que está sob proteção da polícia, dois homens chegaram à praça em um carro vermelho, possivelmente um Palio ou um Tipo, cujas placas não foram anotadas. Os homens, armados com pistolas, desceram do carro e dispararam diversas vezes contra os três adolescentes. Um dos atiradores era alto, forte e loiro.
Natasha Ribeiro Picoli da Silva, 13, e Thiago Ricardo do Carmo, 14, morreram ainda na arquibancada da quadra, onde conversavam. A garota morava a cerca de 200 metros de onde o crime aconteceu. M.E., 14, foi baleada na cabeça e foi levada ao hospital, onde continua internada. A garota corre risco de morte.
As duas meninas eram colegas de classe e cursavam a 8ª série na escola Baeta Neves, no bairro. Vizinhos contam que as estudantes nunca se envolveram em problemas. "Mas aquela praça à noite é barra pesada. Vai muita gente usar droga lá", afirma um vizinho da quadra, que preferiu não se identificar. Segundo ele, mesmo que haja testemunhas, dificilmente haverá denúncia à polícia. "Se os caras fizeram isso com crianças, imagina o que não fazem com quem denuncia."
Ontem, vários moradores de bairros vizinhos estiveram no local para ver a cena do crime. "Nunca tinha acontecido nada assim aqui", contou o vizinho.
A mãe de Natasha, Célia Ribeiro dos Santos, 37, esteve na praça logo após o crime. "Vi minha filha ali caída, nem sei o que senti", disse. Ela conta que, por volta das 21h30, a garota saiu de casa dizendo que iria levar um celular na casa de uma amiga. "Minha intuição de mãe não funcionou, porque nem me preocupei com ela."
Natasha foi enterrada às 16h30 de ontem. Célia disse que não pretende descobrir quem são os assassinos da filha. "Isso é com a polícia. Nada mais vai trazer ela de volta, não adianta procurar." Segundo a mãe, Natália era uma boa filha, gostava de praticar handebol e nunca aparentou ter envolvimento com drogas. "Pelo menos eu nunca soube de nada."


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