|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Adolescentes de 13 e 14 anos foram baleados por dois homens em São Bernardo (Grande SP); outra garota está em estado grave
Dois jovens são mortos em quadra esportiva
DO "AGORA"
Dois adolescentes, de 13 e 14
anos, foram assassinados e uma
garota de 14 anos está internada
em estado grave depois de serem
baleados em uma quadra esportiva em São Bernardo do Campo,
na Grande São Paulo.
Os três estudantes foram encontrados por vizinhos, que ouviram
os disparos. Até o final da tarde de
ontem, ninguém havia sido preso
pelo crime e não havia pistas do
que teria motivado o ataque.
Os jovens foram mortos às 22h
de anteontem na praça Irineu Ladeira de Souza Lima, no bairro
Baeta Neves. Segundo uma testemunha, que está sob proteção da
polícia, dois homens chegaram à
praça em um carro vermelho,
possivelmente um Palio ou um
Tipo, cujas placas não foram anotadas. Os homens, armados com
pistolas, desceram do carro e dispararam diversas vezes contra os
três adolescentes. Um dos atiradores era alto, forte e loiro.
Natasha Ribeiro Picoli da Silva,
13, e Thiago Ricardo do Carmo,
14, morreram ainda na arquibancada da quadra, onde conversavam. A garota morava a cerca de
200 metros de onde o crime aconteceu. M.E., 14, foi baleada na cabeça e foi levada ao hospital, onde
continua internada. A garota corre risco de morte.
As duas meninas eram colegas
de classe e cursavam a 8ª série na
escola Baeta Neves, no bairro. Vizinhos contam que as estudantes
nunca se envolveram em problemas. "Mas aquela praça à noite é
barra pesada. Vai muita gente
usar droga lá", afirma um vizinho
da quadra, que preferiu não se
identificar. Segundo ele, mesmo
que haja testemunhas, dificilmente haverá denúncia à polícia. "Se
os caras fizeram isso com crianças, imagina o que não fazem com
quem denuncia."
Ontem, vários moradores de
bairros vizinhos estiveram no local para ver a cena do crime.
"Nunca tinha acontecido nada assim aqui", contou o vizinho.
A mãe de Natasha, Célia Ribeiro
dos Santos, 37, esteve na praça logo após o crime. "Vi minha filha
ali caída, nem sei o que senti", disse. Ela conta que, por volta das
21h30, a garota saiu de casa dizendo que iria levar um celular na casa de uma amiga. "Minha intuição de mãe não funcionou, porque nem me preocupei com ela."
Natasha foi enterrada às 16h30
de ontem. Célia disse que não pretende descobrir quem são os assassinos da filha. "Isso é com a polícia. Nada mais vai trazer ela de
volta, não adianta procurar." Segundo a mãe, Natália era uma boa
filha, gostava de praticar handebol e nunca aparentou ter envolvimento com drogas. "Pelo menos eu nunca soube de nada."
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Panorâmica - Sistema carcerário: Presos fazem sete reféns em Franco da Rocha Índice
|