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Prefeito pode demitir funcionários de Yunes
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
O prefeito Celso Pitta (sem partido) informou, por meio de sua assessoria, que considera grave a denúncia de que dois funcionários
do Anhembi trabalham na fazenda
do empresário Jorge Yunes.
Yunes emprestou R$ 600 mil para o prefeito, cujos bens foram bloqueados pela Justiça em 97.
A Folha mostrou ontem que Gilbert Beck e seu filho Gilbert Yunes
Dib Beck recebem pelo Anhembi
R$ 3.313,17 e R$ 1.714,54, respectivamente, mas trabalham na fazenda São Jorge, em Porangaba (168
km de SP), que pertence a Yunes.
O outro filho de Beck, Marcello
Yunes Dib Beck, registrado no
Anhembi desde 93, não comparece
ao serviço, segundo funcionários
da empresa, desde outubro do ano
passado.
A assessoria do prefeito informou que o Anhembi está tentando
entrar em contado com os funcionários, desde terça-feira, mas ainda não conseguiu localizá-los.
De acordo com a assessoria, o
Anhembi informou que os três trabalham na empresa, mas não soube dizer em quais departamentos
ou se foram comissionados para
outros órgãos municipais.
No departamento jurídico do
Anhembi, onde os três estão lotados, empregados negam que eles
trabalham.
Beck e o filho Gilbert não são conhecidos por ninguém do departamento.
O prefeito afirmou, por meio da
assessoria, que se os três realmente
não comparecem ao trabalho, eles
serão demitidos imediatamente.
O Anhembi é uma empresa de
economia mista. A Prefeitura de
São Paulo detém 90% das suas
ações.
Os três funcionários fantasmas
são parentes da mulher do empresário, Ivani José Kechfi Yunes. A
mulher de Gilbert Beck é prima de
Ivani.
Jorge Yunes afirmou à Folha que
não tem nenhuma ligação com o
Anhembi e que não daria informações. "Não sou empregado do jornal e, por isso, não preciso explicar
nada. Publique o que quiser", afirmou Yunes.
Beck e os filhos foram procurados em sua casa, mas não foram localizados. Na fazenda em Porangaba e no celular que a secretária da
fazenda informou (anteontem) ser
de Gilbert Beck, ninguém atendeu.
"Vínculo"
O vínculo entre Pitta e Yunes está
sendo investigado pelo Ministério
Público desde agosto do ano passado, quando o prefeito confirmou
publicamente o empréstimo.
A promotoria quer saber se o
empresário foi favorecido, de maneira ilícita, após o empréstimo.
O vereador Carlos Neder (PT) vai
entregar hoje uma representação
na promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo outras denúncias sobre a ligação do prefeito
com o empresário.
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