São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Prefeitura ofereceu 2% de reajuste à categoria, que decidiu manter ato programado para hoje na avenida Paulista

Servidor rejeita proposta e ameaça greve

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os servidores da Prefeitura de São Paulo recusaram nova proposta feita ontem pelo governo Marta Suplicy (PT), de reajuste de 2% nos salários ou pagamento de abono de R$ 250 aos 168 mil funcionários. Até a reunião de ontem, a prefeitura não previa nenhum reajuste à categoria.
Com o impasse, foi mantida uma manifestação programada para ocorrer hoje na avenida Paulista (região central). Os sindicatos esperam reunir pelo menos 10 mil servidores, o que deve complicar o trânsito na região. Há ainda o risco de os manifestantes fazerem passeata pela cidade.
Na semana passada, ato organizado pelos funcionários, também na avenida Paulista, provocou, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), sete quilômetros de lentidão na região. Segundo a PM, mais de 4.000 pessoas participaram do protesto.
Na manifestação, programada para ocorrer a partir das 10h, será discutida a possibilidade de haver paralisação da categoria amanhã e na sexta-feira. A próxima rodada de negociação entre entidades sindicais e prefeitura está marcada para ocorrer somente na próxima segunda-feira.
Segundo o presidente do Sinpeem (sindicato da educação), o vereador Cláudio Fonseca (PC do B), os servidores da área já paralisarão suas atividades hoje. Mas, como não haverá aula devido a discussões pedagógicas que já tinham sido programadas pela administração, a paralisação não afetará os estudantes.

Recuo e gasto
Ontem, apesar da recusa da oferta da prefeitura, os servidores recuaram da reivindicação inicial de reposição salarial de 62,62% (inflação desde julho de 94).
O funcionalismo aceita negociar agora apenas a reposição da inflação registrada na gestão Marta Suplicy (PT) -8,16%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A proposta prevê que o restante das perdas possa ser negociado após as discussões da data-base da categoria, em 1º de maio.
Segundo a prefeitura, o reajuste de 2% que foi oferecido aos funcionários resultará em aumento de R$ 45 milhões nos gastos com folha de pagamento neste ano -no primeiro trimestre, o gasto médio foi de R$ 258 milhões.
Para conseguir os recursos, a administração Marta Suplicy terá de fazer cortes em verbas reservadas no Orçamento deste ano para outras áreas, de acordo com a Secretaria das Finanças.
Para o ano que vem, o reajuste, se for eventualmente aceito pelos servidores, significará um gasto de R$ 70 milhões, ainda também de acordo com informações da Secretaria das Finanças.
"Essa é uma proposta muito aquém do solicitado e do necessitado pelos servidores da Prefeitura de São Paulo", disse a presidente da Federação das Associações Sindicais e Profissionais dos Servidores da Prefeitura de São Paulo, Berenice Gazoni.
Segundo dados apresentados ontem aos servidores, a prefeitura entende que a atual gestão já garantiu reajuste de até 45% acima da inflação para os servidores que ganham o piso (R$ 400).
A administração admite, no entanto, que uma parcela dos servidores terá perda salarial de 1,94%, mesmo se aceitarem o reajuste de 2% oferecido ontem (veja quadro nesta página).
Os servidores avaliam que o reajuste de 40% dado a servidores comissionados no ano passado precisa ser oferecido também aos demais funcionários.



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