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ADMINISTRAÇÃO
Prefeitura ofereceu 2% de reajuste à categoria, que decidiu manter ato programado para hoje na avenida Paulista
Servidor rejeita proposta e ameaça greve
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os servidores da Prefeitura de
São Paulo recusaram nova proposta feita ontem pelo governo
Marta Suplicy (PT), de reajuste de
2% nos salários ou pagamento de
abono de R$ 250 aos 168 mil funcionários. Até a reunião de ontem, a prefeitura não previa nenhum reajuste à categoria.
Com o impasse, foi mantida
uma manifestação programada
para ocorrer hoje na avenida Paulista (região central). Os sindicatos esperam reunir pelo menos 10
mil servidores, o que deve complicar o trânsito na região. Há ainda o risco de os manifestantes fazerem passeata pela cidade.
Na semana passada, ato organizado pelos funcionários, também
na avenida Paulista, provocou, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), sete quilômetros de lentidão na região. Segundo a PM, mais de 4.000 pessoas participaram do protesto.
Na manifestação, programada
para ocorrer a partir das 10h, será
discutida a possibilidade de haver
paralisação da categoria amanhã
e na sexta-feira. A próxima rodada de negociação entre entidades
sindicais e prefeitura está marcada para ocorrer somente na próxima segunda-feira.
Segundo o presidente do Sinpeem (sindicato da educação), o
vereador Cláudio Fonseca (PC do
B), os servidores da área já paralisarão suas atividades hoje. Mas,
como não haverá aula devido a
discussões pedagógicas que já tinham sido programadas pela administração, a paralisação não afetará os estudantes.
Recuo e gasto
Ontem, apesar da recusa da
oferta da prefeitura, os servidores
recuaram da reivindicação inicial
de reposição salarial de 62,62%
(inflação desde julho de 94).
O funcionalismo aceita negociar agora apenas a reposição da
inflação registrada na gestão Marta Suplicy (PT) -8,16%, segundo
o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas).
A proposta prevê que o restante
das perdas possa ser negociado
após as discussões da data-base
da categoria, em 1º de maio.
Segundo a prefeitura, o reajuste
de 2% que foi oferecido aos funcionários resultará em aumento
de R$ 45 milhões nos gastos com
folha de pagamento neste ano
-no primeiro trimestre, o gasto
médio foi de R$ 258 milhões.
Para conseguir os recursos, a
administração Marta Suplicy terá
de fazer cortes em verbas reservadas no Orçamento deste ano para
outras áreas, de acordo com a Secretaria das Finanças.
Para o ano que vem, o reajuste,
se for eventualmente aceito pelos
servidores, significará um gasto
de R$ 70 milhões, ainda também
de acordo com informações da
Secretaria das Finanças.
"Essa é uma proposta muito
aquém do solicitado e do necessitado pelos servidores da Prefeitura de São Paulo", disse a presidente da Federação das Associações
Sindicais e Profissionais dos Servidores da Prefeitura de São Paulo, Berenice Gazoni.
Segundo dados apresentados
ontem aos servidores, a prefeitura
entende que a atual gestão já garantiu reajuste de até 45% acima
da inflação para os servidores que
ganham o piso (R$ 400).
A administração admite, no entanto, que uma parcela dos servidores terá perda salarial de 1,94%,
mesmo se aceitarem o reajuste de
2% oferecido ontem (veja quadro
nesta página).
Os servidores avaliam que o
reajuste de 40% dado a servidores
comissionados no ano passado
precisa ser oferecido também aos
demais funcionários.
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