ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria da Segurança de São Paulo irá priorizar bairros nobres e o centro -em locais onde as delegacias já foram reformadas- com o início do programa de modernização de distritos policiais anunciado no mês passado.
Das oito primeiras ""Delegacias Poupatempo" que serão criadas pelo governo até o final de julho, apenas duas delas estão na periferia: o 24º DP, em Ermelino Matarazzo (zona leste), e o 90º DP, na região da Vila Maria (zona norte).
As outras seis ficam no centro, zonas oeste e sul, em bairros considerados de classe média-alta (veja quadro na pág. C8), como o Itaim Bibi e Perdizes.
O nome das novas unidades, ainda provisório, vem do Poupatempo -posto de atendimento do governo estadual onde se pode tirar, rapidamente, vários tipos de documentos e pagar multas e impostos. Na polícia, isso significa distrito com plantão policial reformado -terá sala de espera e TV a cabo-, atendimento ao público diferenciado -contando inclusive com estagiários de direito e de serviço social- e flagrantes feitos longe das vítimas.
O projeto segue o molde das ""Delegacias Legais" do Rio de Janeiro, que vem sendo implantadas gradativamente desde 99.
Cada distrito escolhido atende entre 200 mil e 350 mil habitantes da capital. Neles, são registrados em média 800 ocorrências/mês.
Segundo o secretário-adjunto da Segurança Pública do Estado, Marcelo Martins de Oliveira, 40, o projeto irá ""propiciar ao cidadão atendimento mais rápido e ágil".

Projeto
A nova delegacia faz parte do pacote de medidas anunciadas a partir de março para tentar melhorar a imagem do governo na área de segurança -tema que deve dominar o debate eleitoral deste ano. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) é pré-candidato.
Para a periferia, por enquanto, a principal estratégia é a intensificação do patrulhamento.
De acordo com o secretário-adjunto da Segurança, o projeto de Delegacias Poupatempo não deu prioridade aos bairros mais nobres. ""Nós pegamos os que já tinham passado por reforma, porque assim o custo e o tempo de implantação seria menor."
O governo, até agora, não gastou nada com os prédios, porque a maioria das delegacias escolhidas já tinha sido modificada com recursos de suas comunidades.
A Secretaria da Segurança calcula que irá gastar no máximo R$ 15 mil com a compra de móveis, treinamento e contratação de estagiários para cada uma das Delegacias Poupatempo. Sem o investimento privado, esse valor subiria para cerca de R$ 100 mil.
Para as 12 unidades-modelo escolhidas, serão treinadas 960 pessoas -500 estagiários de direito e serviço social, mais 460 policiais civis. Além dos oito distritos da capital, o 5º DP de Campinas será incluído no projeto. Ainda falta definir os últimos três DPs.



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