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Notificação de dengue gera polêmica em SP
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O número de doentes com diagnóstico confirmado de dengue está gerando controvérsia em Santos (litoral sul de SP) e denúncias
de que o município estaria tentando omitir resultados para não
revelar a dimensão da doença.
O número cresceu 103,9% em
uma semana, como a Folha noticiou ontem, pois na última sexta a
Secretaria Estadual da Saúde decidiu incorporar ao total de casos
confirmados aqueles que a prefeitura considera só como suspeitos.
O médico e vereador do PT
Fausto Figueira de Mello Júnior
acusa a prefeitura, do PPB, de não
notificar a totalidade dos casos
para ocultar a dimensão da epidemia. Ontem, ele enviou representação ao Ministério Público Estadual pedindo investigação. Para o
secretário municipal da Saúde,
Tomas Soderberg, a acusação é
"mentirosa" e a ação, "política".
Para a Direção Regional de Saúde da Baixada Santista, órgão estadual, a prefeitura fez uma "leitura errada" da notificação de casos.
Segundo o diretor José Ricardo di
Renzo, presidente do diretório local do PSDB, Santos não vinha
classificando nos relatórios os casos suspeitos como confirmados.
Em outubro de 2001, em encontro de autoridades municipais e
estaduais da Saúde, foi definido
que, em cidades com mais de 300
casos por 100 mil habitantes, valeria apenas o diagnóstico clínico
para notificação, sem exame.
Como até ontem considerava
confirmados só os 2.605 casos
com exame positivo, a prefeitura
estava excluindo dos confirmados (embora tivesse notificado)
os 5.444 pacientes suspeitos.
Soderberg disse que, até anteontem, a prefeitura tinha enviado ao Estado quase 9.000 notificações neste ano. "Não estamos escondendo nada." Ele determinou
a análise das fichas dos 5.444 pacientes suspeitos para definir, clinicamente, se são casos positivos.
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