São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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Notificação de dengue gera polêmica em SP

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O número de doentes com diagnóstico confirmado de dengue está gerando controvérsia em Santos (litoral sul de SP) e denúncias de que o município estaria tentando omitir resultados para não revelar a dimensão da doença.
O número cresceu 103,9% em uma semana, como a Folha noticiou ontem, pois na última sexta a Secretaria Estadual da Saúde decidiu incorporar ao total de casos confirmados aqueles que a prefeitura considera só como suspeitos.
O médico e vereador do PT Fausto Figueira de Mello Júnior acusa a prefeitura, do PPB, de não notificar a totalidade dos casos para ocultar a dimensão da epidemia. Ontem, ele enviou representação ao Ministério Público Estadual pedindo investigação. Para o secretário municipal da Saúde, Tomas Soderberg, a acusação é "mentirosa" e a ação, "política".
Para a Direção Regional de Saúde da Baixada Santista, órgão estadual, a prefeitura fez uma "leitura errada" da notificação de casos. Segundo o diretor José Ricardo di Renzo, presidente do diretório local do PSDB, Santos não vinha classificando nos relatórios os casos suspeitos como confirmados.
Em outubro de 2001, em encontro de autoridades municipais e estaduais da Saúde, foi definido que, em cidades com mais de 300 casos por 100 mil habitantes, valeria apenas o diagnóstico clínico para notificação, sem exame.
Como até ontem considerava confirmados só os 2.605 casos com exame positivo, a prefeitura estava excluindo dos confirmados (embora tivesse notificado) os 5.444 pacientes suspeitos.
Soderberg disse que, até anteontem, a prefeitura tinha enviado ao Estado quase 9.000 notificações neste ano. "Não estamos escondendo nada." Ele determinou a análise das fichas dos 5.444 pacientes suspeitos para definir, clinicamente, se são casos positivos.



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