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SAÚDE
Para ministério, reajuste corrige distorção de gestão anterior
Consultas do SUS em hospitais públicos terão aumento de 196%
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Saúde irá propor um reajuste de 196% para todas as consultas de especialidades
médicas realizadas pela rede de
hospitais públicos do SUS (Sistema Único de Saúde). O acréscimo
de R$ 5 por consulta significará
um total de R$ 480 milhões por
ano em repasses adicionais a Estados e municípios que fazem
gestão plena de suas unidades de
saúde, informou o ministério.
A "oferta" é apresentada pela
pasta como uma maneira de corrigir distorção gerada por reajuste
concedido no governo anterior.
Segundo a atual gestão, aquele aumento, anunciado a cerca de quatro meses das eleições para presidente da República, beneficiou
apenas a rede privada que presta
serviço ao SUS, como hospitais filantrópicos, responsável por apenas 18% da oferta de consultas.
Deixou de fora as unidades públicas, que prestam 82% desse atendimento. O pagamento por consulta especializada passou de R$
2,55 para R$ 7,55.
"Ao dar o aumento o governo
privilegiou o setor privado em detrimento do setor público", diz
Jorge Solla, atual secretário de Assistência à Saúde do ministério.
"Estamos corrigindo uma distorção grave. A Lei Orgânica da Saúde fala que o setor público tem de
ser priorizado." Consultas de especialidades são as de ginecologia
e as de urologia, por exemplo.
O reajuste criticado por Solla foi
concedido quando Barjas Negri,
atual secretário da Habitação de
São Paulo, estava à frente da pasta. Ele substituiu José Serra
(PSDB), então candidato à Presidência da República.
A reportagem procurou Negri
por meio da assessoria de imprensa da secretaria, que informou que ele estava em audiência
com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Vários recados foram deixados para Negri, informou a assessoria.
A proposta do novo aumento
será apresentada hoje durante
reunião da comissão tripartite
-de que participam representantes das prefeituras, dos Estados e da União.
Caso aprovada, o dinheiro começará a ser liberado em junho.
(FABIANE LEITE)
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