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Animal foi substituído por motos
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
O motivo apontado para o excesso de jumentos no Ceará é a
substituição do animal por motos
e bicicletas.
A frota de motos no Estado aumentou 10,21% desde 2000, segundo estatísticas do Denatran
(Departamento Nacional de
Trânsito), chegando a 36,2% do
total de veículos no Estado
-222.601 motocicletas regulares.
Esse é o segundo maior índice do
país, atrás apenas de São Paulo.
A perda de utilidade do jumento fez com que seu preço no mercado cearense despencasse.
O valor oficial do jumento vivo
-usado por leilões oficiais do governo estadual e pela Bolsa de
Mercadorias do Ceará- está no
seu mais baixo índice na história,
cotado ao preço simbólico de R$
1. Mesmo assim, os leilões não
atraem compradores.
O preço do "burro em pé", como ficou conhecida a cotação do
valor do animal vivo, despencou
80% no período de quatro anos.
Em 1999, o animal vivo podia ser
negociado por R$ 5 no mercado.
Abandono
Os proprietários, desinteressados em vender os animais, apenas
abandonam os jumentos nas ruas
-ou pagam para que os animais
sejam mortos.
A desvalorização do jumento já
foi inspiração para o poeta popular Patativa do Assaré (1909-2002)
em um de seus poemas, "Meu Caro Jumento".
"Você, meu caro jumento/Foi
quem teve a grande sorte/O grande merecimento/De servir como
transporte/Na noite desta fugida/Defendendo a santa vida/De
Cristo Nosso Senhor/Até no livro
sagrado/Seu nome está carimbado/Mas ninguém te dá valor."
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