São Paulo, domingo, 22 de maio de 2005

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PLANTÃO MÉDICO

Tese aponta fator de risco em gaúcho

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

As diferenças regionais brasileiras nos usos e costumes, de norte a sul e de leste a oeste, são bem conhecidas e estudadas.
Mas as pesquisas sobre os problemas que provocam as doenças das coronárias, cuja obstrução leva ao infarto, no Brasil estão limitadas a poucas cidades, nenhum estudo alcançando a população de um Estado.
Esses problemas são os conhecidos fatores de risco para doenças coronarianas: hipertensão, tabagismo, colesterol alto, obesidade, sedentarismo, diabetes e antecedentes familiares.
A ausência de uma pesquisa abrangendo um Estado brasileiro acaba de ser sanada pelo médico Iseu Gus, cuja tese de doutorado "Fatores de Risco da Doença Arterial Coronariana no Estado do Rio Grande do Sul" foi aprovada em março com média 10 no Instituto de Cardiologia do RS, em Porto Alegre.
Gus observa que ao estudar os fatores de risco alcançando todo um Estado, surge uma base real de avaliação para a região na qual o Estado está localizado.
O protocolo desenvolvido pelo médico pode permitir a outros Estados obter igualmente uma estatística de prevalência (presença predominante) dos fatores de risco para problemas coronarianos de diferentes regiões.
Dessa forma, será possível obter uma estatística nacional relacionada aos fatores predisponentes de doenças das artérias coronárias da população brasileira.
Dos fatores de risco conhecidos, alguns são modificáveis e outros não. O que não se sabia, na realidade, era a sua prevalência no RS, o que tornará factível um programa eficiente de prevenção das doenças coronárias pelas autoridades sanitárias do Estado.
A pesquisa de Iseu Gus mostra que não há diminuição na taxa de sedentarismo, tabagismo e hipertensão na população gaúcha. Os obesos, hipertensos e com colesterol alto apresentam maiores alterações na taxa de açúcar no sangue. Com exceção do diabetes, todos os outros fatores de risco são mais prevalecentes na população gaúcha sócio-economicamente vulnerável.
Na população idosa, sobrepeso e obesidade, hipertensão, colesterol e diabetes exigem adoção de ações imediatas visando a prevenção da doença. O grupo alvo para controle dos níveis de pressão são as pessoas de maior idade, obesas ou com sobrepeso e de baixa escolaridade.


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