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PLANTÃO MÉDICO
Tese aponta fator de risco em gaúcho
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
As diferenças regionais brasileiras nos usos e costumes, de norte
a sul e de leste a oeste, são bem conhecidas e estudadas.
Mas as pesquisas sobre os problemas que provocam as doenças
das coronárias, cuja obstrução leva ao infarto, no Brasil estão limitadas a poucas cidades, nenhum
estudo alcançando a população
de um Estado.
Esses problemas são os conhecidos fatores de risco para doenças
coronarianas: hipertensão, tabagismo, colesterol alto, obesidade,
sedentarismo, diabetes e antecedentes familiares.
A ausência de uma pesquisa
abrangendo um Estado brasileiro
acaba de ser sanada pelo médico
Iseu Gus, cuja tese de doutorado
"Fatores de Risco da Doença Arterial Coronariana no Estado do
Rio Grande do Sul" foi aprovada
em março com média 10 no Instituto de Cardiologia do RS, em
Porto Alegre.
Gus observa que ao estudar os
fatores de risco alcançando todo
um Estado, surge uma base real
de avaliação para a região na qual
o Estado está localizado.
O protocolo desenvolvido pelo
médico pode permitir a outros
Estados obter igualmente uma estatística de prevalência (presença
predominante) dos fatores de risco para problemas coronarianos
de diferentes regiões.
Dessa forma, será possível obter
uma estatística nacional relacionada aos fatores predisponentes
de doenças das artérias coronárias da população brasileira.
Dos fatores de risco conhecidos,
alguns são modificáveis e outros
não. O que não se sabia, na realidade, era a sua prevalência no RS,
o que tornará factível um programa eficiente de prevenção das
doenças coronárias pelas autoridades sanitárias do Estado.
A pesquisa de Iseu Gus mostra
que não há diminuição na taxa de
sedentarismo, tabagismo e hipertensão na população gaúcha. Os
obesos, hipertensos e com colesterol alto apresentam maiores alterações na taxa de açúcar no sangue. Com exceção do diabetes, todos os outros fatores de risco são
mais prevalecentes na população
gaúcha sócio-economicamente
vulnerável.
Na população idosa, sobrepeso
e obesidade, hipertensão, colesterol e diabetes exigem adoção de
ações imediatas visando a prevenção da doença. O grupo alvo para
controle dos níveis de pressão são
as pessoas de maior idade, obesas
ou com sobrepeso e de baixa escolaridade.
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