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Depois de três anos, restauro em escola tombada termina
Obras em casarão da Escola Estadual Rodrigues Alves, na avenida Paulista, tiveram até tinta amarela importada da Itália
Recuperação da casa, que foi inaugurada em 1919, custou R$ 3,5 mi e foi patrocinada por um banco, por meio de leis de incentivo fiscal
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O casarão do começo do século passado ao número 227 da
avenida Paulista chega a brilhar. A tinta amarela, importada da Itália, e as grandes janelas
com grades e vidros novos fazem os olhos de Gustavo Silva,
13, da 7ª série, se arregalarem.
Aluno da Escola Estadual Rodrigues Alves, ele está orgulhoso em estudar em um colégio
histórico novinho em folha.
Depois de quase três anos de
restauração, a Rodrigues Alves
foi reinaugurada ontem. E não
é só por fora que enche os
olhos. As salas de aula e até as
partes elétrica e hidráulica
também passaram por reformas. A obra foi dividida em três
fases. Na primeira, de julho de
2003 a junho de 2004, ocorreu
o restauro das fachadas, a impermeabilização e a recuperação das grades e da cobertura.
Na fase seguinte, que foi de
maio a setembro de 2005, foi
feita a proteção contra cupins, a
reforma das instalações elétricas e hidráulicas, de telefonia,
iluminação e segurança. Já na
terceira fase, iniciada em julho
do ano passado, o trabalho continuou com o restauro de pisos
e forros, pintura interna, recuperação do mobiliário, construção de novos sanitários e readequação das áreas externas com
tratamento paisagístico e pisos.
Realizada por meio das leis
de incentivo fiscais municipal e
federal, a restauração não custou nada para o Estado. Foi patrocinada pelo banco Real, que
gastou R$ 3,5 milhões.
Desafios: tinta e rodízio
O maior desafio da obra foi
encontrar uma tinta semelhante à original. Como no Brasil
não foi encontrada nenhuma
empresa que fabricasse a tinta
com a mesma textura e o mesmo brilho do produto na época
em que o prédio foi construído,
em 1919, ela precisou ser importada da Itália.
Tombada pelo Condephaat
há 21 anos, a escola tem hoje
2.185 alunos em 55 classes de
ensino fundamental e do curso
de educação de jovens e adultos
no período noturno. Desde o
início dos anos 90, o colégio,
que conta com 72 professores,
forma cerca de 500 estudantes
por ano.
Outro desafio da restauração
foi conciliar as aulas e as obras.
No início do ano, a escola teve
de implantar um sistema de rodízio de turmas. Durante cerca
de um mês, entre fevereiro e
março, os alunos do ensino fundamental ficaram sem aula por
três dias, porque 5 das 20 salas
de aula estavam em reforma. As
aulas perdidas, segundo a secretaria da Educação, seriam
repostas após o fim da obra.
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