São Paulo, sexta-feira, 22 de maio de 2009

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Justiça do DF manda prender Nenê Constantino

Empresário é acusado de ser o mandante do assassinato de um líder comunitário

Fundador da Gol foi indiciado sob a acusação de mandar matar homem que liderava invasores em um terreno de sua empresa em Taguatinga


LUCAS FERRAZ
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Justiça do Distrito Federal ordenou ontem a prisão do fundador da Gol, Nenê Constantino, 78. Ele havia sido indiciado, no fim de 2008, sob a acusação de ser o mandante do assassinato de um líder comunitário em 2001. O pedido de prisão partiu do Ministério Público.
O empresário é pai de Constantino de Oliveira Júnior, presidente da companhia aérea, e foi presidente do Conselho de Administração da Gol.
Até a conclusão desta edição, a polícia não havia confirmado a prisão. A Folha apurou que a polícia estava à procura do empresário na noite de ontem -uma equipe do Distrito Federal teria sido deslocada para São Paulo.
Ontem, outros três mandados contra acusados de envolvimento no caso já teriam sido cumpridos. Victor Foresti, genro e sócio de Nenê no grupo Planeta, foi um dos detidos.

Tratamento médico
O advogado de Constantino, Marcelo Bessa, disse que ele está em São Paulo "em tratamento médico sério", mas não soube especificar o motivo. "Não sei o que é nem onde ele está."
Bessa estudava a elaboração de um pedido de habeas corpus, que poderia ser encaminhado à Justiça ainda ontem.
Cristiane Constantino Foresti -filha do fundador da Gol e mulher de Victor Foresti- disse que Nenê e a mulher foram para SP, na manhã de ontem, para um exame de rotina.
Segundo ela, o casal iria passar a noite numa clínica particular. Cristiane não soube informar quem é o advogado do marido. Apenas confirmou que ele foi detido.

O crime
De acordo com a polícia, Márcio Leonardo de Souza Brito liderava um grupo de 30 famílias que ocupavam um terreno em Taguatinga pertencente à viação Planeta e foi assassinado para facilitar a retirada dos invasores.
Testemunhas relataram ameaças de Constantino aos ocupantes entre 1999 e 2001.
Em dezembro do ano passado, poucos dias depois do primeiro indiciamento pela morte de Brito, a polícia voltou a indiciar Nenê Constantino. Desta vez, suspeito de ser o mandante de um outro homicídio e de uma tentativa de assassinato. Constantino nega envolvimento nos crimes.


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