|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSPORTES
Categoria afirma que não irá acatar determinação do TRT de colocar nas ruas 80% da frota em horários de pico
Motoristas mantêm decisão de parar na 2ª
DA REPORTAGEM LOCAL
Os motoristas de ônibus de São
Paulo mantiveram ontem, em assembléia, a decisão de entrar em
greve por tempo indeterminado a
partir da próxima segunda-feira.
O TRT (Tribunal Regional do
Trabalho) determinou que a categoria deve manter 80% da frota
no pico e 50% nos demais horários, sob pena de multa diária de
R$ 50 mil. Os trabalhadores, porém, prometem parar todos os 10
mil ônibus da capital paulista, que
transportam mais de 3,6 milhões
de passageiros diariamente.
"É irrevogável. A gente vai arcar
com todas as consequências", disse Renato Souza Oliveira, assessor
da presidência do sindicato.
Os motoristas resolveram confirmar a greve principalmente depois de uma decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), na
tarde de ontem, fixando um reajuste de 6% sobre os salários de
maio de 2001. A categoria havia
obtido 8% de aumento no TRT.
Os trabalhadores também questionaram a retirada de seis cláusulas do dissídio coletivo -por
exemplo, a garantia de emprego
para os aposentados.
A assembléia da categoria, que
representa 50 mil motoristas, reuniu mais de 600. O sindicato é ligado à Força Sindical. Segundo
Oliveira, os motoristas farão uma
plenária às 20h de amanhã para
organizar a greve de segunda.
A decisão de ontem do TST foi
tomada pelo presidente em exercício do órgão, ministro Ronaldo
Lopes Leal, que havia reunido patrões e empregados em dois encontros nesta semana.
O secretário municipal dos
Transportes, Carlos Zarattini, disse que ainda espera um recuo dos
trabalhadores. "A decisão do TST
foi intermediária. Nem muito para um lado, nem muito para o outro. Os motoristas mantiveram a
jornada de sete horas, por exemplo, que estava ameaçada."
Zarattini afirmou que a determinação do TRT exigindo a manutenção de parte da frota coloca
a categoria "em situação difícil".
"Se eles fizerem uma mobilização,
poderão sofrer as consequências.
Os empresários poderão demitir
se houver alguma ilegalidade."
Em caso de greve, a prefeitura
colocará em prática um sistema
de emergência. Táxis, lotações,
ônibus de fretamento cadastrados
e peruas escolares poderão transportar passageiros cobrando a tarifa de R$ 1,40. O rodízio de veículos também poderá ser liberado.
A Folha não conseguiu contatar a
assessoria de imprensa do Transurb (sindicato das viações) na
noite de ontem.
Texto Anterior: Crise na USP será tema de debate na segunda Próximo Texto: Panorâmica - Administração: Camelôs voltam à região da 25 de Março após blitz contra produto ilegal Índice
|