São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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TRANSPORTES

Categoria afirma que não irá acatar determinação do TRT de colocar nas ruas 80% da frota em horários de pico

Motoristas mantêm decisão de parar na 2ª

DA REPORTAGEM LOCAL

Os motoristas de ônibus de São Paulo mantiveram ontem, em assembléia, a decisão de entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira.
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que a categoria deve manter 80% da frota no pico e 50% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Os trabalhadores, porém, prometem parar todos os 10 mil ônibus da capital paulista, que transportam mais de 3,6 milhões de passageiros diariamente.
"É irrevogável. A gente vai arcar com todas as consequências", disse Renato Souza Oliveira, assessor da presidência do sindicato.
Os motoristas resolveram confirmar a greve principalmente depois de uma decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), na tarde de ontem, fixando um reajuste de 6% sobre os salários de maio de 2001. A categoria havia obtido 8% de aumento no TRT.
Os trabalhadores também questionaram a retirada de seis cláusulas do dissídio coletivo -por exemplo, a garantia de emprego para os aposentados.
A assembléia da categoria, que representa 50 mil motoristas, reuniu mais de 600. O sindicato é ligado à Força Sindical. Segundo Oliveira, os motoristas farão uma plenária às 20h de amanhã para organizar a greve de segunda.
A decisão de ontem do TST foi tomada pelo presidente em exercício do órgão, ministro Ronaldo Lopes Leal, que havia reunido patrões e empregados em dois encontros nesta semana.
O secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, disse que ainda espera um recuo dos trabalhadores. "A decisão do TST foi intermediária. Nem muito para um lado, nem muito para o outro. Os motoristas mantiveram a jornada de sete horas, por exemplo, que estava ameaçada."
Zarattini afirmou que a determinação do TRT exigindo a manutenção de parte da frota coloca a categoria "em situação difícil". "Se eles fizerem uma mobilização, poderão sofrer as consequências. Os empresários poderão demitir se houver alguma ilegalidade."
Em caso de greve, a prefeitura colocará em prática um sistema de emergência. Táxis, lotações, ônibus de fretamento cadastrados e peruas escolares poderão transportar passageiros cobrando a tarifa de R$ 1,40. O rodízio de veículos também poderá ser liberado. A Folha não conseguiu contatar a assessoria de imprensa do Transurb (sindicato das viações) na noite de ontem.



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