São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

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Ação policial na Unesp de Araraquara provoca protestos em ao menos 7 campi

Danilo Verpa/Folha Imagem
Policiais fazem barreira na tentativa de conter passeata na USP


DA REPORTAGEM LOCAL

A ação da Polícia Militar no campus da Unesp de Araraquara, anteontem de madrugada, para desocupar uma sala da diretoria da Faculdade de Ciências e Letras invadida por estudantes, motivou protestos ontem em ao menos sete campi da universidade e da USP. A medida -autorizada pela Justiça na sexta-feira- foi comparada às operações de repressão da ditadura militar nos anos 60 e 70. Durante o dia, em Araraquara, cerca de 180 estudantes fizeram uma passeata da Unesp até a prefeitura. E, à noite, a PM voltou ao campus da universidade na cidade para evitar uma nova invasão. Havia a informação de que grupos de estudantes de outras cidades estavam se dirigindo para lá.
Na capital paulista, cerca de 300 alunos e funcionários que invadiram há 50 dias a reitoria da USP, na zona oeste, saíram em passeata por volta das 11h. O objetivo era "trancar" o portão 1, principal acesso ao campus. Eles avançaram contra um bloqueio da PM, que os aguardava dentro do campus, e saíram pelas ruas próximas, causando lentidão no trânsito da região por cerca de uma hora.
Houve empurra-empurra e princípio de confronto, logo contido. Um policial desferiu golpes de cassetetes e outro atirou spray de gás pimenta contra manifestantes. "Eles não podem impedir o direito de ir e vir das outras pessoas", disse o capitão da PM Del Rey. "Apesar de termos sido agredidos com gás pimenta, a passeata foi pacífica e positiva", disse Murilo Diniz, 19, da comissão de imprensa da invasão da reitoria.
Na Unesp de Franca, onde os alunos ocupam a vice-diretoria, houve passeata. "Já tínhamos aprovado a desocupação, mas reconsideramos a situação. Seria uma derrota abaixar a cabeça para o que ocorreu em Araraquara", disse Caio Ferraro, 21, da comissão de comunicação. Nos campi em Presidente Prudente, Ourinhos e SP também houve manifestações. Na segunda-feira, alunos da Unesp planejam se reunir em Marília para votar a realização de um protesto em Araraquara.
Na USP de São Carlos -onde os alunos ocupam algumas áreas- e em Ribeirão Preto houve protestos. Na Unicamp, os alunos que ocuparam a diretoria na segunda apenas criticaram ontem a ação policial. Os reitores da Unicamp e da Unesp divulgaram notas distintas com o mesmo conteúdo: não negociarão enquanto os alunos não deixarem os prédios invadidos.


Colaborou Folha Ribeirão e FABRICIO FREIRE GOMES, enviado especial a Araraquara


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