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Ação policial na Unesp de Araraquara provoca protestos em ao menos 7 campi
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Policiais fazem barreira na tentativa de conter passeata na USP |
DA REPORTAGEM LOCAL
A ação da Polícia Militar no
campus da Unesp de Araraquara, anteontem de madrugada,
para desocupar uma sala da diretoria da Faculdade de Ciências e Letras invadida por estudantes, motivou protestos ontem em ao menos sete campi da
universidade e da USP. A medida -autorizada pela Justiça na
sexta-feira- foi comparada às
operações de repressão da ditadura militar nos anos 60 e 70.
Durante o dia, em Araraquara, cerca de 180 estudantes fizeram uma passeata da Unesp até
a prefeitura. E, à noite, a PM
voltou ao campus da universidade na cidade para evitar uma
nova invasão. Havia a informação de que grupos de estudantes de outras cidades estavam
se dirigindo para lá.
Na capital paulista, cerca de
300 alunos e funcionários que
invadiram há 50 dias a reitoria
da USP, na zona oeste, saíram
em passeata por volta das 11h. O
objetivo era "trancar" o portão
1, principal acesso ao campus.
Eles avançaram contra um
bloqueio da PM, que os aguardava dentro do campus, e saíram pelas ruas próximas, causando lentidão no trânsito da
região por cerca de uma hora.
Houve empurra-empurra e
princípio de confronto, logo
contido. Um policial desferiu
golpes de cassetetes e outro atirou spray de gás pimenta contra manifestantes. "Eles não
podem impedir o direito de ir e
vir das outras pessoas", disse o
capitão da PM Del Rey.
"Apesar de termos sido agredidos com gás pimenta, a passeata foi pacífica e positiva",
disse Murilo Diniz, 19, da comissão de imprensa da invasão
da reitoria.
Na Unesp de Franca, onde os
alunos ocupam a vice-diretoria,
houve passeata. "Já tínhamos
aprovado a desocupação, mas
reconsideramos a situação. Seria uma derrota abaixar a cabeça para o que ocorreu em Araraquara", disse Caio Ferraro,
21, da comissão de comunicação. Nos campi em Presidente
Prudente, Ourinhos e SP também houve manifestações. Na
segunda-feira, alunos da Unesp
planejam se reunir em Marília
para votar a realização de um
protesto em Araraquara.
Na USP de São Carlos -onde
os alunos ocupam algumas
áreas- e em Ribeirão Preto
houve protestos. Na Unicamp,
os alunos que ocuparam a diretoria na segunda apenas criticaram ontem a ação policial.
Os reitores da Unicamp e da
Unesp divulgaram notas distintas com o mesmo conteúdo:
não negociarão enquanto os
alunos não deixarem os prédios
invadidos.
Colaborou Folha Ribeirão e FABRICIO FREIRE
GOMES, enviado especial a Araraquara
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