São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009

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Chão de baile funk cede e deixa 90 feridos

Festa em Porto Alegre (RS) ocorria no segundo andar de um ginásio, quando 40 metros quadrados do piso desabaram

Cinco feridos correm risco de morte; segundo secretaria, prédio não tem alvará para fazer eventos desde 1990; havia mil pessoas no local


RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de 90 pessoas ficaram feridas -cinco delas em estado grave- após o chão de um ginásio ceder durante um baile funk na madrugada de ontem, em Porto Alegre (RS).
A festa ocorria no segundo andar do Ginásio de Esportes Protásio Alves, no bairro Vila Jardim. Cerca de 40 metros quadrados do piso do espaço cederam por volta das 3h30, durante a festa. De acordo com a Brigada Militar, havia no local em torno de mil pessoas no momento do acidente.
"Pensei que fosse uma bomba. Ouvi um estrondo muito alto e, em seguida, muita poeira. Só depois entendi que o chão tinha desmoronado", afirmou a recreadora Isaura Aparecida Venes, 39, que estava no baile com o marido e o filho, de 15 anos, e não ficou ferida.
Ela disse que sentiu "o chão pular" durante a festa, apesar de o ginásio não estar lotado. Venes afirmou ainda que o local que desmoronou ficava perto do palco e que havia um aglomerado de jovens pulando.
O atendimento aos feridos foi realizado pelas próprias pessoas que estavam no baile, pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e pelo Corpo de Bombeiros.
No Hospital de Pronto-Socorro, 72 pessoas deram entrada com ferimentos -mais da metade adolescentes. Segundo o chefe de plantão Nelson Telichevesky, 17 permaneciam internadas no início da noite de ontem. Cinco delas haviam passado por cirurgias e ainda sofriam risco de morte. Os demais feridos foram levados a outros três hospitais da capital.
O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), foi ao local onde aconteceu o desabamento ontem pela manhã e afirmou que a prefeitura está apurando licenças e alvarás para o funcionamento do local.
De acordo com a Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, o prédio não possui alvará para festas desde 1990, e o órgão nunca recebeu queixas formais sobre a realização de eventos no local.
A advogada Marilene Vencato, que representa Cristian dos Santos -responsável pelo evento-, disse que seu cliente apenas locou o espaço para realização das festas. "O problema é da estrutura do prédio, e não da organização do evento."
O prédio foi interditado temporariamente.


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