São Paulo, quarta, 22 de julho de 1998

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POLÍCIA
Maconha e cocaína foram encontradas em armários de sargentos, que alegam que drogas foram "plantadas'
Corregedoria acha droga na Rota

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo encontrou cocaína, maconha e pedras que pareciam ser de crack nos armários de dois sargentos do 1º Batalhão de Choque, unidade que abriga a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Os dois armários ficam no interior do quartel e continham 70 gramas de drogas.
O episódio ocorreu no dia 21 de maio e consta do relatório do segundo trimestre da Ouvidoria de Polícia de São Paulo, que foi divulgado ontem. "O caso é de extrema gravidade", disse o ouvidor Benedito Domingos Mariano.
Além desse, Mariano apontou um outro caso de "extrema gravidade" envolvendo policiais civis de Santo André, na Grande São Paulo (leia texto nesta página).
O ouvidor se disse preocupado com o envolvimento de policiais com drogas. Esse tipo de denúncia quadruplicou no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado: de 21 para 87 casos denunciados.
De acordo com o corregedor da PM, coronel Luiz Alberto de Oliveira Guimarães, os dois sargentos estão afastados e foi aberto Inquérito Policial Militar para apurar o caso. Os suspeitos afirmam que não sabiam da existência de drogas em seus armários e dizem que ela pode ter sido colocada lá por outras pessoas.
Os procedimentos que levaram à apreensão da droga começaram em 14 de abril, quando a ouvidoria recebeu uma denúncia anônima sustentando que em cinco armários do batalhão havia máquinas de choque escondidas.
No dia da revista, que teve a participação do corregedor Guimarães, do comandante da Rota, tenente-coronel Alberto da Silveira, e de outros oficiais, o ouvidor permaneceu no gabinete do comando da Rota.
Os oficiais se dirigiram ao alojamento dos oficiais. O primeiro armário verificado não apresentou nenhuma irregularidade.
No segundo armário, pertencente a um sargento, foram encontrados, segundo relatório do corregedor Guimarães, "seis papelotes de um pó branco, semelhante a cocaína, nove porções de substância semelhante a maconha e três pedras de crack, além de chaves do tipo "micha' (falsa)".
O terceiro armário aberto continha, ainda de acordo com o relatório da corregedoria, "seis porções semelhantes a maconha e um revólver calibre 38 particular".
Os quarto e quinto armários abertos não apresentaram irregularidades. Em nenhum deles foi encontrado aparelho de choque.
O corregedor disse que, até as 22h de ontem, tinha a informação confirmada pela perícia da presença de maconha e cocaína nos armários abertos. Ele não tinha a confirmação das pedras de crack.



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