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Disciplina lidera denúncias na ouvidoria
da Reportagem Local
Pela primeira vez, as infrações
disciplinares cometidas por policiais lideraram o ranking das denúncias encaminhadas à Ouvidoria da Polícia de São Paulo, segundo o relatório do segundo trimestre deste ano. Nesse período, a ouvidoria recebeu 126 denúncias de
infrações disciplinares (de um total de 946 reclamações).
Exemplo dessas infrações são:
uso do carro de polícia para fins
particulares, policiais dirigindo
perigosamente ou embriagados,
favorecimento de policiamento e
policiais que mantenham empresas particulares.
"O aumento desse tipo de denúncia mostra que a população
está fiscalizando rigorosamente os
atos irregulares dos policiais, mesmo que não sejam os mais graves", disse o ouvidor Benedito
Domingos Mariano.
Em segundo lugar, ficou a denúncia de abuso de autoridade
-121 reclamações. Tráfico de
drogas por civis -que demonstraria falha no policiamento especializado- ficou em terceiro lugar (93 casos).
Problemas na qualidade do
atendimento policial -que se relacionam, principalmente, ao
atendimento em distritos- ocuparam a quarta posição.
O relatório verificou ainda que
40% das denúncias partiram da
capital. A maioria das denúncias
veio das zonas sul e leste da cidade, que têm algumas das regiões
mais violentas da cidade.
Desde o início do ano, a ouvidoria vem acompanhando 200 casos
envolvendo a morte de civis. "Estamos atentos a esse problema",
afirmou Mariano.
Relatório anual
No início do mês, a ouvidoria divulgou o seu relatório anual, que
teve como principal denúncia o
abuso de autoridade. Em 1997,
houve 599 denúncias desse tipo
(15,8% do total).
No relatório de 1996, o combate
aos pontos de drogas e a falta de
policiamento foram as duas principais reclamações das pessoas
que procuraram a ouvidoria. O
abuso de autoridade apareceu em
terceiro lugar, representando
11,2% das denúncias.
A PM, em relação à Polícia Civil,
foi acusada de cometer mais abuso
de autoridade (372 casos) e mais
homicídios (83 de um total de
101). Já a Polícia Civil recebeu mais
denúncias de corrupção (60 de 74)
e de extorsão (148 de 206).
Pesquisa da ouvidoria mostrou
que o cidadão que procura pessoalmente o órgão para fazer alguma reclamação contra a polícia é
branco (76%), casado (42%), empregado (87%), tem o segundo
grau (77%) e mora na periferia da
cidade (65%). "Durante muito
tempo se dizia que quem sofria
violência policial era o marginal.
Constatamos que é o trabalhador
pobre", afirmou Mariano.
(AL)
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