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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito de SP cria novo programa para atrair ambulantes; para sindicato, decisão é "eleitoreira"
Pitta acelera retirada de camelôs do centro
da Reportagem Local
O prefeito Celso Pitta (PPB) decidiu acelerar os programas municipais voltados para a retirada dos
camelôs do centro da cidade. A
meta do prefeito é acabar com o
comércio ambulante no centro até
o final do ano. Em outubro ocorre
o primeiro turno das eleições.
Na tentativa de cumprir a meta,
o prefeito quer criar mais um espaço para abrigar o comércio ambulante, o "Popcenter" ou Centro Popular de Compras.
O "Popcenter" é a segunda tentativa de Pitta para retirar os camelôs das ruas. A primeira delas,
os chamados bolsões de comércio
popular (os camelódromos) ainda
não empolgaram os ambulantes.
Na avaliação do próprio prefeito, os bolsões estão com pouco
mais de 50% de suas áreas ocupadas por vendedores ambulantes.
Hoje pela manhã Pitta vistoria o
projeto piloto do "Popcenter",
instalado no Brás (região central
de São Paulo).
Criado por decreto, o programa
pretende instalar, com apoio da
iniciativa privada, os centros populares de compras, uma espécie
de shoppings populares que seriam utilizados prioritariamente
por camelôs.
Os centros populares de compras seriam instalados em imóveis
da região central que estão abandonados ou com mau uso.
Antes de passar a atuar nesses locais, os ambulantes receberiam
uma série de facilidades da prefeitura para constituir uma micro ou
pequena empresa.
Nesse sentido, o secretário licenciado de Planejamento, Guilherme Afif Domingos, diz que a prefeitura vem estudando uma série
de medidas para simplificar a burocracia para a abertura, constituição e funcionamento das micro
e pequenas empresas.
Além de elaborar a implantação
do "Popcenter", a Secretaria do
Planejamento pretende firmar
convênios com entidades e empresas privadas para o financiamento desses centros.
Para o prefeito, o programa "é
uma das formas de resgatar a cidadania, além de reduzir o desemprego".
Protesto
Na avaliação de Marcos Antonio
Maldonado, secretário de organização do Sindicato dos Trabalhadores na Economia Informal, filiado à CUT, a exemplo dos bolsões, o "Popcenter" não deve
atrair os ambulantes.
Os camelôs dizem que, sem discutir esses programas com a categoria, a prefeitura acaba instalando esses centros de comércio em
pontos distantes e economicamente inviáveis.
Os camelôs querem que a prefeitura permita sua permanência nas
ruas de uma forma organizada,
com padrões para os tamanhos
das barracas e para as distâncias
entre elas.
Na opinião de Maldonado, a iniciativa de Pitta tem objetivos
"eleitoreiros". "Esses programas viraram uma bandeira eleitoral do prefeito", diz.
Em protesto aos projetos de Pitta, o sindicato está convocando
uma manifestação para sexta-feira
na avenida Paulista.
Antes de definir os locais para
instalação desses centros de comércio, a prefeitura, diz Maldonado, deveria dar continuidade a
uma comissão criada em junho
para discutir a situação dos ambulantes.
Formada por membros da prefeitura, da Câmara, dos ambulantes e da associação comercial, essa
comissão não chegou a produzir
resultados práticos.
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