São Paulo, Quinta-feira, 22 de Julho de 1999
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ITÁLIA
Polícia envolve o jogador Ronaldo e outras personalidades na investigação sobre presa suspeita de chefiar rede
Brasileira é acusada de agenciar prostitutas

HUMBERTO SACCOMANDI
editor-adjunto de Mundo

A polícia italiana envolveu o jogador brasileiro Ronaldo na investigação de uma suposta rede de prostituição de luxo em Milão (norte da Itália).
A rede seria chefiada pela brasileira Lázara Souza de Morais, 32, natural de Goiás e que mora há vários anos na Itália, segundo inquérito concluído ontem pela polícia italiana.
O inquérito foi encaminhado à Justiça do país, que deverá decidir agora se Lara (como a brasileira é conhecida) será processada. Ela é acusada de favorecimento de prostituição e também de tráfico de drogas para consumo pessoal.
No curso das investigações, vários nomes famosos surgiram como supostos clientes da rede de prostituição, como o ator Luca Barbareschi e os jogadores de futebol Igor Shalimov e Nicola Berti, que jogou na Inter de Milão, time de Ronaldo.
Segundo a agência de notícias italiana "Ansa", Ronaldo figuraria na lista de supostos clientes de Lara e haveria no inquérito fotos dos dois juntos. Os dois teriam sido apresentados por Berti.
Ronaldo negou ontem que tenha conhecido Lara na Itália (leia texto nesta página).
O advogado da brasileira, Rafaelle Della Valle, confirmou à Folha que Lara diz conhecer Ronaldo, mas que ela negou em depoimento o envolvimento do jogador com prostituição e drogas (leia texto nesta página).
Segundo Della Valle, o nome de Ronaldo foi associado ao caso porque um travesti brasileiro disse, em depoimento à polícia, ter visto o jogador brasileiro numa das festas promovidas por Lara.
Lara nega que Ronaldo tenha participado de suas festas, nas quais, segundo a polícia, eram arranjados programas com prostitutas e havia consumo de cocaína.
O caso está sendo investigado desde fevereiro. Lara chegou a ser presa duas vezes, em fevereiro e em março, ficando 120 dias detidas. Atualmente, ela está em prisão domiciliar, em sua casa em Milão.
Segundo a Folha apurou com a agência "Ansa", sabia-se que o caso envolvia jogadores de futebol e outras personalidades, mas ele foi conduzido com muito sigilo.
Na casa de Lara, a polícia italiana teria encontrado a suposta lista de clientes, fotos da brasileira com muitas pessoas e uma grande quantia em dinheiro.
Segundo a agência de notícias "Efe", os programas com prostitutas que seriam agenciados pela brasileira custavam entre R$ 500 e R$ 1.000.
Entre os clientes, havia ainda empresários famosos na Itália.
A acusação de tráfico de droga envolve principalmente o motorista da brasileira, Aldo Piero Porta, que também está em prisão domiciliar.


Com as agências internacionais

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