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SAÚDE
Substitutivo do deputado Pinheiro Landim teria 104 parágrafos iguais ao de associação de planos e prejudicaria afiliados
Entidades criticam projeto de convênios
ANDRÉ MUGGIATI
da Reportagem Local
O substitutivo de projeto de lei
que regulamenta os planos de saúde, de autoria do deputado Pinheiro Landim (PMDB-CE), tem 104
parágrafos idênticos ao projeto
elaborado pela Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo).
Segundo o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), o projeto de
Landim revoga o Código de Defesa
do Consumidor no que se refere
aos planos e prejudica os afiliados.
Landim é relator da comissão especial da Câmara que analisa o assunto.
Ele confirma haver recebido o
projeto da Abramge que é igual ao
seu. A Abramge nega haver produzido o texto (leia texto nesta página).
O projeto da Abramge foi entregue ao deputado no dia 6 de junho.
Landim concluiu o seu substitutivo na semana passada.
Além dos 104 parágrafos idênticos, outros seis parágrafos contêm
modificações gramaticais que não
alteram seu conteúdo. Foram incluídos quatro novos parágrafos e
excluídos dois.
Os parágrafos incluídos e excluídos não são os mais polêmicos.
Em reunião ontem, representantes do Idec, Procon, CRM (Conselho Regional de Medicina) e Gapa
(Grupo de Apoio aos Pacientes de
Aids) discutiram o assunto.
Para os representantes das entidades, o substitutivo apresentado
por Landim permite múltiplas interpretações, o que favoreceria as
empresas de medicina privada em
ações na Justiça.
O projeto não prevê, segundo o
Idec, o atendimento de doenças
preexistentes à data de filiação do
associado ao plano e não autoriza
o atendimento em epidemias e em
casos de calamidade pública.
Segundo o advogado Marcos
Diegues, do Idec, "cada artigo do
projeto é um golpe".
O advogado exemplifica com o
artigo que prevê que, "em função
da idade, ninguém pode ser impedido de participar de planos privados de assistência à saúde".
Para Diegues, "o projeto abre
uma brecha para que as pessoas sejam excluídas por outros motivos,
que não a idade". O projeto de
Landim (e o da Abramge) prevê a
regulamentação da lei por uma comissão composta por dez representantes do governo, oito das empresas e três da sociedade civil.
Segundo Marilena Lazzarini, do
Idec, "a composição da comissão
é muito favorável às empresas".
Para o Gapa, a aprovação do projeto de Landim fará com que os
doentes de Aids que conseguiram
liminares na Justiça para atendimento percam esse direito.
O deputado José Aristodemo Pinotti (PMDB), que também faz
parte da comissão da Câmara, disse que apresentará outro substitutivo com modificações sugeridas
pelas entidades.
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