São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2000


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VIOLÊNCIA
Por uma falha no sistema, polícia não pôde verificar se as mais de 5.000 pessoas vistoriadas tinham antecedentes criminais
Fracassa megablitz em São Bernardo

DA REPORTAGEM LOCAL

Por uma falha no sistema da Prodesp, fracassou ontem uma megablitz das Polícias Civil e Militar em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Mais de 5.000 pessoas foram vistoriadas pelos policiais, mas não foi possível comprovar se elas tinham antecedentes criminais porque o sistema não funcionou.
"Isso comprometeu o nosso trabalho. Se revistamos bandidos, não tivemos como saber", disse o tenente-coronel Jorge Luiz Ferreira Teixeira, que comandou a operação. A megablitz foi respaldada por um mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz-corregedor Luis Geraldo Lanfredi, da comarca de São Bernardo.
A operação, que movimentou cerca de 280 policiais civis e militares, incluindo homens da tropa de choque e da cavalaria, foi realizada entre as 7h e as 11h30. Mas foram apreendidas apenas uma pistola automática e pequenas quantidades de maconha e crack, apesar de ter vistoriado 5.037 pessoas, 1.770 barracos e apartamentos, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública.
A blitz aconteceu como parte de ações realizadas pela secretaria desde que traficantes impuseram toque de recolher no comércio local em sinal de luto pela morte de um dos supostos integrantes da quadrilha da favela Ferreira, na última terça-feira.
A assessoria de imprensa da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) informou que o sistema que permite que a polícia acesse as informações contidas no banco de dados da polícia ficou fora do ar das 7h08 às 9h58.
Segundo a assessoria, isso ocorreu por causa de uma queda no sistema gerenciador de comunicação do computador de grande porte ("mainframe") da Prodesp, no qual rodam os sistemas e dados da polícia.

Medo
A megaoperação assustou os pais de alunos da escola estadual Mizuho Abundância, no bairro Alves Dias. Temendo um confronto entre policiais e traficantes, alguns pais preferiram que os filhos deixassem de ir às aulas no período da manhã.
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação informou, no entanto, que apenas uma minoria de alunos seguiu a orientação dos pais e faltou às aulas. A secretaria, porém, não soube informar quantos dos 768 alunos que frequentam as aulas no período da manhã e da tarde de ontem faltaram. Mas negou que as aulas tenham sido suspensas.


Colaborou o "Agora São Paulo"

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