|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Por uma falha no sistema, polícia não pôde verificar se as mais de 5.000 pessoas vistoriadas tinham antecedentes criminais
Fracassa megablitz em São Bernardo
DA REPORTAGEM LOCAL
Por uma falha no sistema da
Prodesp, fracassou ontem uma
megablitz das Polícias Civil e Militar em São Bernardo do Campo
(Grande São Paulo). Mais de
5.000 pessoas foram vistoriadas
pelos policiais, mas não foi possível comprovar se elas tinham antecedentes criminais porque o sistema não funcionou.
"Isso comprometeu o nosso trabalho. Se revistamos bandidos,
não tivemos como saber", disse o
tenente-coronel Jorge Luiz Ferreira Teixeira, que comandou a operação. A megablitz foi respaldada
por um mandado de busca e
apreensão expedido pelo juiz-corregedor Luis Geraldo Lanfredi, da comarca de São Bernardo.
A operação, que movimentou
cerca de 280 policiais civis e militares, incluindo homens da tropa
de choque e da cavalaria, foi realizada entre as 7h e as 11h30. Mas
foram apreendidas apenas uma
pistola automática e pequenas
quantidades de maconha e crack,
apesar de ter vistoriado 5.037 pessoas, 1.770 barracos e apartamentos, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública.
A blitz aconteceu como parte de
ações realizadas pela secretaria
desde que traficantes impuseram
toque de recolher no comércio local em sinal de luto pela morte de
um dos supostos integrantes da
quadrilha da favela Ferreira, na
última terça-feira.
A assessoria de imprensa da
Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de
São Paulo) informou que o sistema que permite que a polícia
acesse as informações contidas no
banco de dados da polícia ficou
fora do ar das 7h08 às 9h58.
Segundo a assessoria, isso ocorreu por causa de uma queda no
sistema gerenciador de comunicação do computador de grande
porte ("mainframe") da Prodesp,
no qual rodam os sistemas e dados da polícia.
Medo
A megaoperação assustou os
pais de alunos da escola estadual
Mizuho Abundância, no bairro
Alves Dias. Temendo um confronto entre policiais e traficantes,
alguns pais preferiram que os filhos deixassem de ir às aulas no
período da manhã.
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação informou, no entanto, que apenas
uma minoria de alunos seguiu a
orientação dos pais e faltou às aulas. A secretaria, porém, não soube informar quantos dos 768 alunos que frequentam as aulas no
período da manhã e da tarde de
ontem faltaram. Mas negou que
as aulas tenham sido suspensas.
Colaborou o "Agora São Paulo"
Texto Anterior: Relator da ONU chega ao país para investigar casos de tortura de presos Próximo Texto: Três pessoas são mortas na quinta chacina deste ano em Campinas Índice
|