São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Universidades tentam manter "grife"

DA REPORTAGEM LOCAL

Além da USP, universidades públicas como a Unicamp, a UFMG e a UnB estabeleceram diretrizes para parcerias e a realização de cursos de extensão a fim de manter a marca das instituições.
Algumas delas não aceitam fazer, por exemplo, parcerias com empresas de treinamento privadas na oferta de cursos cobrados, como a UFMG e a UnB.
Em alguns casos, há a exigência de uma porcentagem mínima de professores da universidade para dar aula nesses cursos, como forma de garantir a qualidade.
Essa questão começou a ser discutida nos campi com mais ênfase nesta década, quando, com a crise de financiamento das instituições públicas de ensino superior, empresas de treinamento e outras instituições passaram a procurar as universidades para se associar na oferta de cursos.
No mês passado, a Folha mostrou um exemplo desse tipo de associação, envolvendo a empresa de treinamento privada WorkPlus e o CEC (Centro de Ensino de Computação do Instituto de Matemática da USP).
A WorkPlus organizou dois cursos com o CEC, utilizando as instalações ociosas do IME (Instituto de Matemática da USP) aos sábados. No folheto de propaganda, ao lado do logotipo da WorkPlus foi colocado também a marca do CEC e do IME.
Os professores de administração de pessoal e gestão empresarial (temas dos cursos), no entanto, eram da WorkPlus.
Após ser informado de que a WorkPlus estava usando o logotipo do IME nos folhetos, apesar de nenhum professor do instituto dar aula no curso, o diretor do CEC, Alan Durham, afirmou que os alunos que se sentissem enganados poderiam pedir o dinheiro de volta.
O CEC garante a qualidade das aulas de informática e que o conteúdo da área de administração é de responsabilidade da WorkPlus, de acordo com Durham.
Antes do início do curso, o diretor do CEC afirmou que "avaliou o conteúdo e o currículo das aulas oferecidas pela WorkPlus e considerou de qualidade."
Com as diretrizes que serão traçadas por professores da USP, os folhetos e propagandas de cursos como esses terão que explicar de forma mais clara onde começa e onde termina a responsabilidade da universidade.



Texto Anterior: Ensino: USP registra marca para evitar mau uso
Próximo Texto: Resenha - Julio Abramczyk: Lembranças de uma vida
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.