SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de hoje, o Jardim da Luz -o mais antigo da cidade de São Paulo- passa a ser monitorado 24 horas por meio de um circuito fechado de televisão.
O sistema é formado por dez câmeras de vídeo, que transmitirão imagens de todos os cantos do Jardim para uma central da Guarda Civil Metropolitana (GCM), instalada no próprio parque.
O sistema, que, segundo a prefeitura, custará cerca de R$ 20 mil mensais, será inaugurado hoje pelo prefeito Celso Pitta (PTN).
Segundo o chefe de gabinete da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Carlos Alberto Ungaretti, o circuito fechado de TV será testado como saída para coibir a violência em parques públicos. "Caso obtenha êxito, o próximo parque a recebê-lo seria o Ibirapuera", diz

Internet
O projeto da prefeitura para o Jardim da Luz é mais amplo. Prevê ainda restaurá-lo para, segundo Ungaretti, transformar o local em um "parque-museu".
"Esse tipo de espaço é muito comum na Europa e consiste em um parque com uma programação regular de exposições a céu aberto", afirma Ungaretti.
Além de ajudar na vigilância do Jardim, as câmeras do circuito fechado de TV servirão também para divulgar o parque. Segundo Ungaretti, "nos próximos dias", será possível conferir imagens ao vivo pela Internet.
O recurso faz parte do viés cultural do projeto, que, na cerimônia de hoje, não será exaltado porque o restauro só será concluído daqui a dois meses.
Ontem, as lagoas e corredeiras do Jardim estavam secas, e funcionários da prefeitura limpavam e plantavam palmeiras no parque.
"A reforma começou com um grande manejo da vegetação. Retiramos arbustos e plantas que deixavam o local propício à violência", diz o chefe de gabinete.
Ungaretti afirma ainda que o Jardim estava malcuidado e repleto de "árvores oportunistas" -de espécies como o ficus (conhecida popularmente como matapau). "Esse tipo de vegetação estava quase destruindo as árvores centenárias do local, que chegam a quase cem", declara.
Junto com o manejo das plantas, estão sendo restaurados também o Ponto Chic -antiga casa de chá- e o coreto do parque.

Modelo londrino
Segundo Antônio Brasiliano, diretor da Brasiliano e Associados, empresa de consultoria de segurança empresarial, os circuitos fechados de TV estão se disseminando no país. "Há um crescimento de 25% ao ano", diz.
Porém o monitoramento de espaços públicos por meio de câmeras ainda é uma novidade. "Estamos copiando o modelo londrino, que já tem quase dez anos. Mas, em pouco mais de um ano, já temos cerca de dez prefeituras adotando esse tipo de recurso."
Em Londres, de acordo com Brasiliano, a incidência de crimes e infrações foi reduzida em 80% com as câmeras. "Elas não só ajudam a resolver os crimes, mas também a coibi-los", afirma.


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