São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

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Teatro Municipal de SP cataloga 4.800 figurinos

Trabalho durou 11 meses e custou R$ 210 mil

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Teatro Municipal acaba de catalogar 4.800 figurinos -os mais antigos da coleção de 35 mil- e criar um banco de dados inédito para pesquisa e controle do acervo. O trabalho durou 11 meses e custou R$ 210 mil. Por falta de recursos, o restante das peças ainda não foi classificado.
O acervo contém figurinos entre 1948 e 1982, produzidos antes da criação do setor de costura do teatro e que, em razão do tempo, mereciam maior cuidado. Eles estão armazenados, desde 2005, na central de produção do teatro, na Vila Guilherme, na zona norte.
A catalogação começou em agosto de 2005 e foi concluída em maio. Os custos foram pagos pela Fundação Vitae, instituição de fomento a projetos culturais. O relatório final foi entregue em julho.
Segundo Fausto Viana, professor de cenografia e indumentária da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP e coordenador do projeto, a intenção foi elencar pela primeira vez os figurinos do teatro. Primeiro para ter controle e, depois, estabelecer uma política de conservação das peças.
O trabalho começou com a higienização e registro fotográfico das peças, a disposição em araras e a colocação de fichas a partir das quais o material foi identificado. Informações históricas, como o ano do espetáculo e o número de participantes da ópera, constam das fichas e do banco de dados.
Antes da catalogação, as peças estavam em caixas na central de produção do teatro. Vieram da sede do Teatro Municipal, onde estavam em salas no porão, no 5º andar e na cúpula. A conservação, mesmo na central de produção, era inadequada: ratos infestavam as salas.
Entre as raridades do acervo estão figurinos de oito montagens da temporada lírica de 1951. As peças foram as primeiras adquiridas no teatro, fabricadas na Casa di Fiori, em Milão, especializada na confecção de roupas teatrais. No pacote está, por exemplo, Aida (1950), de Giuseppe Verdi. Outro destaque do acervo são as roupas do Bale do Quarto Centenário, de 1954, um dos marcos da arte coreográfica no país.
De acordo com Viana, a intenção é que parte das peças seja exposta, em local que ainda não foi definido.


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