|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Teatro Municipal de SP cataloga 4.800 figurinos
Trabalho durou 11 meses e custou R$ 210 mil
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Teatro Municipal acaba de
catalogar 4.800 figurinos -os
mais antigos da coleção de 35
mil- e criar um banco de dados
inédito para pesquisa e controle do acervo. O trabalho durou
11 meses e custou R$ 210 mil.
Por falta de recursos, o restante
das peças ainda não foi classificado.
O acervo contém figurinos
entre 1948 e 1982, produzidos
antes da criação do setor de
costura do teatro e que, em razão do tempo, mereciam maior
cuidado. Eles estão armazenados, desde 2005, na central de
produção do teatro, na Vila
Guilherme, na zona norte.
A catalogação começou em
agosto de 2005 e foi concluída
em maio. Os custos foram pagos pela Fundação Vitae, instituição de fomento a projetos
culturais. O relatório final foi
entregue em julho.
Segundo Fausto Viana, professor de cenografia e indumentária da ECA (Escola de
Comunicações e Artes) da USP
e coordenador do projeto, a intenção foi elencar pela primeira vez os figurinos do teatro.
Primeiro para ter controle e,
depois, estabelecer uma política de conservação das peças.
O trabalho começou com a
higienização e registro fotográfico das peças, a disposição em
araras e a colocação de fichas a
partir das quais o material foi
identificado. Informações históricas, como o ano do espetáculo e o número de participantes da ópera, constam das fichas e do banco de dados.
Antes da catalogação, as peças estavam em caixas na central de produção do teatro. Vieram da sede do Teatro Municipal, onde estavam em salas no
porão, no 5º andar e na cúpula.
A conservação, mesmo na central de produção, era inadequada: ratos infestavam as salas.
Entre as raridades do acervo
estão figurinos de oito montagens da temporada lírica de
1951. As peças foram as primeiras adquiridas no teatro, fabricadas na Casa di Fiori, em Milão, especializada na confecção
de roupas teatrais. No pacote
está, por exemplo, Aida (1950),
de Giuseppe Verdi. Outro destaque do acervo são as roupas
do Bale do Quarto Centenário,
de 1954, um dos marcos da arte
coreográfica no país.
De acordo com Viana, a intenção é que parte das peças seja exposta, em local que ainda
não foi definido.
Texto Anterior: Professores e alunos criticam superlotação Próximo Texto: Mortes Índice
|