São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

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EUA restringem bronzeamento artificial em jovem

Elevação da incidência de câncer de pele entre jovens levou ao endurecimento das leis e da fiscalização de clínicas

Organização Mundial da Saúde, Associação Médica Americana e Sociedade Americana de Dermatologia igualam prática ao cigarro


VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

O número crescente da incidência de câncer de pele entre jovens de 25 a 29 anos levou as agências de controle de saúde dos EUA a endurecer a fiscalização sobre fabricantes e clínicas de bronzeamento artificial.
Desde 2003, 19 dos 50 Estados americanos criaram legislação própria sobre o uso e fabricação de camas de bronzeamento e proibiram o serviço para menores de 18 anos.
Hoje, a Organização Mundial da Saúde, a Associação Médica Americana e a Sociedade Americana de Dermatologia igualam o bronzeamento artificial ao cigarro na potencialidade de provocar câncer.
Estudo conduzido pelo Programa Nacional de Toxicologia aponta uma relação direta entre a exposição a raios ultravioleta, seja por radiação solar ou artificial, e o surgimento de melanoma e outros tipos de câncer de pele menos graves.
Na contramão, a FDA (órgão americano que regulamenta fármacos e alimentos) diz não haver estudos conclusivos. A agência, no entanto, recomenda uma supervisão rigorosa nos procedimentos de aplicação das camas de bronzeamento.

Lobby
A Indoor Tanning Association (Associação de Bronzeamento Artificial, numa tradução livre) montou uma contra-ofensiva em Washington e contratou a assessoria de lobby Akin, Gump, Strauss, Hauer & Feld para dissuadir o Congresso da votação de leis nacionais que controlem o serviço. A indústria movimenta US$ 5 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões) por ano. "Tentam provar a relação entre bronzeamento artificial e câncer de pele há anos e não conseguem. É preciso levar em conta as causas genéticas", diz John Overstreet, diretor-executivo da associação.
Segundo a Sociedade Americana de Dermatologia, 8.000 pessoas morrem por ano nos EUA de melanoma, um dos tipos de câncer mais agressivos e que já é o mais comum entre mulheres de 25 a 29 anos.
"É proibido vender cigarro e álcool a menores de 18 anos, então faz sentido proibir camas artificiais para eles", diz Darrell Rigel, professor de dermatologia do centro médico da New York University e ex-presidente da Sociedade Americana de Dermatologia.


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