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600 manifestantes invadem Faculdade de Direito da USP
Protesto contou com estudantes e membros de outros movimentos sociais
Participantes reivindicam
melhorias na educação;
ato foi criticado por
professores e alunos do
Largo São Francisco
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 600 manifestantes,
entre estudantes e integrantes
de movimentos sociais, invadiram por volta das 19h de ontem
a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, no
centro de São Paulo.
O ato faz parte da Semana de
Jornada de Lutas, movimento
nacional promovido por 40 entidades, como a UNE (União
Nacional dos Estudantes) e o
MST (Movimento dos Sem-Terra), pela melhoria do ensino. Nesta semana, já houve invasões em universidades do
Rio, da Bahia e de Minas. Para
hoje, estão programadas passeatas em cidades como Porto
Alegre, Rio, Salvador, Fortaleza
e Belo Horizonte, que deverão
reunir milhares de estudantes
nas ruas, segundo a UNE.
A pauta de reivindicação do
movimento, que afirma não ser
contra nenhum governo específico, tem 18 pontos. Entre eles
estão a erradicação do analfabetismo, o aumento de vagas
em universidades públicas e o
controle do ensino privado.
Havia aulas no largo São
Francisco quando os invasores
chegaram. Eles não obrigaram
ninguém a deixar o prédio, mas
um show do cantor Tom Zé e o
barulho da manifestação impediram a finalização das aulas. O
grupo fez uma barricada com
móveis para impedir o trânsito
na passarela que liga os dois
prédios da faculdade. Não houve registro de violência.
A organização estima que
600 pessoas participaram da
invasão. A Polícia Militar não
contabilizou o número, mas,
para o tenente Ricardo, poderia
ser até maior.
Os invasores levaram instrumentos musicais e colchões para passar a noite. Segundo a
coordenação do grupo, a invasão deve acabar hoje às 17h.
Invasão da reitoria
Segundo Fábio Nassif, da comissão de imprensa do movimento, a invasão da reitoria da
USP, no primeiro semestre, foi
um dos fatores que motivaram
o ato de ontem. "Foi um movimento vitorioso, o que deu força para as reivindicações dos
movimentos sociais."
Docentes e alunos da faculdade criticaram a invasão. O
professor de direito internacional Umberto Celli Júnior deu
aula até as 21h15, meia hora antes do previsto, apesar de o
show ter sido perto de sua sala.
""É um ato violento. Ninguém
pode impedir um professor de
dar aula. Estou sendo coagido."
Nem a USP nem o Ministério
da Educação se manifestaram
sobre a invasão.
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