São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

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600 manifestantes invadem Faculdade de Direito da USP

Protesto contou com estudantes e membros de outros movimentos sociais

Participantes reivindicam melhorias na educação; ato foi criticado por professores e alunos do Largo São Francisco

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 600 manifestantes, entre estudantes e integrantes de movimentos sociais, invadiram por volta das 19h de ontem a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, no centro de São Paulo.
O ato faz parte da Semana de Jornada de Lutas, movimento nacional promovido por 40 entidades, como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e o MST (Movimento dos Sem-Terra), pela melhoria do ensino. Nesta semana, já houve invasões em universidades do Rio, da Bahia e de Minas. Para hoje, estão programadas passeatas em cidades como Porto Alegre, Rio, Salvador, Fortaleza e Belo Horizonte, que deverão reunir milhares de estudantes nas ruas, segundo a UNE.
A pauta de reivindicação do movimento, que afirma não ser contra nenhum governo específico, tem 18 pontos. Entre eles estão a erradicação do analfabetismo, o aumento de vagas em universidades públicas e o controle do ensino privado.
Havia aulas no largo São Francisco quando os invasores chegaram. Eles não obrigaram ninguém a deixar o prédio, mas um show do cantor Tom Zé e o barulho da manifestação impediram a finalização das aulas. O grupo fez uma barricada com móveis para impedir o trânsito na passarela que liga os dois prédios da faculdade. Não houve registro de violência.
A organização estima que 600 pessoas participaram da invasão. A Polícia Militar não contabilizou o número, mas, para o tenente Ricardo, poderia ser até maior.
Os invasores levaram instrumentos musicais e colchões para passar a noite. Segundo a coordenação do grupo, a invasão deve acabar hoje às 17h.

Invasão da reitoria
Segundo Fábio Nassif, da comissão de imprensa do movimento, a invasão da reitoria da USP, no primeiro semestre, foi um dos fatores que motivaram o ato de ontem. "Foi um movimento vitorioso, o que deu força para as reivindicações dos movimentos sociais."
Docentes e alunos da faculdade criticaram a invasão. O professor de direito internacional Umberto Celli Júnior deu aula até as 21h15, meia hora antes do previsto, apesar de o show ter sido perto de sua sala. ""É um ato violento. Ninguém pode impedir um professor de dar aula. Estou sendo coagido."
Nem a USP nem o Ministério da Educação se manifestaram sobre a invasão.

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