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Servidores aderem à greve na saúde em AL
Nove categorias, que reúnem 7.500 profissionais, se uniram à paralisação dos médicos do Estado, iniciada há 87 dias
Funcionários reivindicam reajuste salarial de 80%; governo do Estado
deve apresentar hoje
uma contraproposta
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Servidores da saúde de Alagoas entraram em greve ontem,
agravando ainda mais o quadro
de calamidade pública no setor.
A paralisação de nove categorias, que reúnem 7.500 funcionários, como enfermeiros, técnicos de raios X, cozinheiros e
copeiros, somou-se à greve dos
médicos, iniciada há 87 dias.
Por dia, 2.000 pessoas deixam
de ser atendidos em ambulatórios, na periferia de Maceió.
Ontem, na Unidade de Emergência Armando Lages, único
pronto-socorro de urgências na
capital, e na maternidade Santa
Mônica, referência em gestação de risco, só 30% dos servidores trabalhavam.
Cerca de cem grevistas promoveram manifestações. Eles
reivindicam reajuste de 80%. O
governo deve apresentar hoje
uma contraproposta.
O diretor-geral da unidade de
emergência, Alfredo Aurélio
Rosa, disse que o atendimento
"foi pouco afetado". O setor
mais prejudicado foi o ambulatório, onde filas se formaram
ainda de manhã. Os pacientes,
entretanto, se queixavam da
falta de médicos.
Irritada com o tratamento
dispensado a sua mãe, Maria do
Carmo do Nascimento, internada desde domingo, a doméstica Poliana da Silva decidiu levá-la para casa. "Ela só fica no
soro e na injeção, médico mesmo não aparece nenhum."
Para o diretor da maternidade Santa Mônica, José Antônio
Martins, a redução dos funcionários afeta a qualidade do
atendimento, já que a instituição está sempre superlotada.
Apesar da greve, disse, o atendimento de urgência foi mantido.
Ontem, não havia neurocirurgiões na unidade de emergência. Os seis pacientes do setor foram examinados de manhã pelo plantonista da noite
anterior e passaram a ser monitorados por clínicos gerais. Os
neurocirurgiões deixaram suas
funções anteontem, depois de
30 dias de aviso prévio.
O diretor do hospital disse
que, em caso de necessidade, os
pacientes seriam transferidos
para unidades particulares
conveniadas ao SUS.
O presidente do Sindicato
dos Hospitais de Alagoas,
Humberto Gomes, disse que a
rede privada não tem convênio
com o SUS para emergência
neurocirúrgica. Dados do sindicato indicam que apenas 8%
da população do Estado têm
plano de saúde.
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