São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

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Servidores aderem à greve na saúde em AL

Nove categorias, que reúnem 7.500 profissionais, se uniram à paralisação dos médicos do Estado, iniciada há 87 dias

Funcionários reivindicam reajuste salarial de 80%; governo do Estado deve apresentar hoje uma contraproposta

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Servidores da saúde de Alagoas entraram em greve ontem, agravando ainda mais o quadro de calamidade pública no setor.
A paralisação de nove categorias, que reúnem 7.500 funcionários, como enfermeiros, técnicos de raios X, cozinheiros e copeiros, somou-se à greve dos médicos, iniciada há 87 dias. Por dia, 2.000 pessoas deixam de ser atendidos em ambulatórios, na periferia de Maceió.
Ontem, na Unidade de Emergência Armando Lages, único pronto-socorro de urgências na capital, e na maternidade Santa Mônica, referência em gestação de risco, só 30% dos servidores trabalhavam.
Cerca de cem grevistas promoveram manifestações. Eles reivindicam reajuste de 80%. O governo deve apresentar hoje uma contraproposta.
O diretor-geral da unidade de emergência, Alfredo Aurélio Rosa, disse que o atendimento "foi pouco afetado". O setor mais prejudicado foi o ambulatório, onde filas se formaram ainda de manhã. Os pacientes, entretanto, se queixavam da falta de médicos.
Irritada com o tratamento dispensado a sua mãe, Maria do Carmo do Nascimento, internada desde domingo, a doméstica Poliana da Silva decidiu levá-la para casa. "Ela só fica no soro e na injeção, médico mesmo não aparece nenhum."
Para o diretor da maternidade Santa Mônica, José Antônio Martins, a redução dos funcionários afeta a qualidade do atendimento, já que a instituição está sempre superlotada. Apesar da greve, disse, o atendimento de urgência foi mantido.
Ontem, não havia neurocirurgiões na unidade de emergência. Os seis pacientes do setor foram examinados de manhã pelo plantonista da noite anterior e passaram a ser monitorados por clínicos gerais. Os neurocirurgiões deixaram suas funções anteontem, depois de 30 dias de aviso prévio.
O diretor do hospital disse que, em caso de necessidade, os pacientes seriam transferidos para unidades particulares conveniadas ao SUS.
O presidente do Sindicato dos Hospitais de Alagoas, Humberto Gomes, disse que a rede privada não tem convênio com o SUS para emergência neurocirúrgica. Dados do sindicato indicam que apenas 8% da população do Estado têm plano de saúde.


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