UOL


São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PARÁ

Dona-de-casa pede cautela contra crianças em texto de 85

Livro será usado contra suposta envolvida em castração de meninos

MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA

Um livro publicado em 1985 é o trunfo da acusação contra a dona-de-casa Valentina de Andrade, 72, no julgamento do grupo acusado de castrar e matar meninos em Altamira (PA), que recomeça hoje, em Belém.
Ela é apontada como líder do grupo pelo Ministério Público, que pretende demonstrar -por meio da leitura de "Deus, a Grande Farsa", de autoria de Andrade- seu suposto envolvimento com a prática de magia negra.
Andrade é a quinta e última pessoa acusada de participar dos crimes a ser julgada pelo Tribunal do Júri. Os outros quatro foram condenados: o ex-policial militar Carlos Alberto dos Santos, a 35 anos de prisão; o comerciante Amailton Madeira Gomes, a 57; os médicos Anísio Souza, a 77, e Césio Brandão, a 56. Eles se dizem inocentes e avisam que vão recorrer.
Os crimes ocorreram entre 1989 e 1993 e incluem a castração de nove meninos e o assassinato de seis deles. As vítimas tinham entre oito e 14 anos.
A acusação sustenta que Andrade é ligada à suposta seita LUS (Lineamento Universal Superior), com sede na Argentina, e que ela teria sido vista em rituais de magia negra.
A leitura do livro de Andrade, segundo a acusação, indica sua predisposição contra crianças. "Acautelem-se com as crianças, elas são instrumentos inconscientes da grande farsa denominada Deus e seus nefandos colaboradores", diz um trecho do livro.
O advogado de defesa, Américo Leal, afirmou que o texto assinado por sua cliente está sendo usado fora de contexto.


Texto Anterior: Transporte: Campanha mundial incentiva forma alternativa de locomoção
Próximo Texto: Panorâmica - Incêndio: Fogo destrói 15 mil hectares de parque em MG
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.