São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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Baleado no metrô diz que vai parar de reagir

Alexander Lopes Matos, ferido anteontem por ladrões dentro da estação Trianon-Masp, já havia reagido a dois assaltos

"Por sorte não morri. A partir de agora vou ouvir os conselhos da minha noiva", afirma comerciante, que levou um tiro na perna

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Alexander Lopes Matos, que levou um tiro na perna anteontem dentro de estação do metrô

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Após escapar com vida pela terceira vez de assaltos -o segundo sob tiros-, o comerciante Alexander Lopes Matos, 31, afirma ter finalmente decidido escutar os apelos da noiva e "parar de reagir."
O marceneiro, que anteontem foi alvo de dois homens de terno preto, sobreviveu ao disparo de um revólver após perseguir dentro da estação de metrô Trianon-Masp os criminosos que levaram R$ 1.400 dele dentro de um vagão, como publicou ontem a Folha.
"Tinha sido assaltado outras duas vezes e reagi. A primeira foi num caixa eletrônico e a segunda, no farol. Nessa, além do dinheiro, quiseram roubar o carro. Acelerei, eles atiraram e bati. Por sorte, fugiram."
E por que reagiu anteontem? "Achei que gritando "pega ladrão" e correndo atrás deles chamaria a atenção de algum policial. Por sorte não morri. A partir de agora vou ouvir os conselhos da minha noiva para entregar tudo e não reagir", disse o comerciante de Mauá (Grande SP), baleado na coxa esquerda quando corria.
"Antes de atirar, o assaltante que estava com a arma disse que eu iria morrer", recorda Matos, que demorou para ser socorrido. "Outros passageiros ficaram com medo de chegar perto de mim. Achavam que se aproximando também seriam baleados. Afinal, eu era o alvo."
Além de Matos, uma funcionária de um quiosque da Unip (Universidade Paulista), dentro do metrô, foi atingida de raspão por uma bala perdida. Ela passa bem.
Como lembrança, Matos deve carregar para sempre a bala, alojada na perna. "Os médicos aconselharam não tirá-la porque está presa no músculo, numa região cheia de vasos sangüíneos", disse ele, que, em princípio, não terá seqüelas.
"Pensei ser seguro viajar de metrô, mas fui roubado num vagão", afirmou. Segundo o Metrô, que possui seguranças desarmados, as ocorrências diminuíram neste ano.
Até ontem, os criminosos não foram presos. A Polícia Militar orienta as vítimas de assalto a nunca reagir.


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