São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PM omite a identidade dos policiais presos

DA REPORTAGEM LOCAL

Tanto o comando-geral da PM quanto a Corregedoria da corporação se recusaram ontem a informar o nome e o local de trabalho dos quatro policiais militares presos por suspeita de participação na chacina do dia 15, em Ribeirão Pires.
O comandante-geral da PM, coronel Roberto Antonio Diniz, foi procurado pela Folha ontem para falar sobre a prisão dos quatro PMs, mas não quis se manifestar.
O comandante da PM determinou que o major Mauro José Fernandes Tavares, porta-voz da Corregedoria, apenas confirmasse, sem detalhes, a prisão dos quatro policiais investigados pelas oito mortes, na maior chacina do ano no Estado.
De acordo com as explicações de Tavares, a decisão de não divulgar as identidades dos PMs presos tem como objetivo "não expor os policiais", "não cometer injustiças" e "também não atrapalhar as investigações sobre a chacina, que ainda estão em andamento".
Em casos que não envolvem policiais, principalmente militares, o governo de José Serra (PSDB), pela Secretaria da Segurança Pública, sempre revela os nomes de pessoas presas sob suspeita de algum crime, até mesmo por e-mails enviados às redações de todos os jornais, rádios e redes de TV.

Dois pesos
As assessorias de imprensa do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) e do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), da Polícia Civil, são dois dos braços de comunicação do governo Serra que costumam abastecer os veículos de comunicação com e-mails que trazem informações sobre prisões realizadas pelos dois setores e sempre com os nomes dos acusados.
Ao mesmo tempo em que revelam os nomes de pessoas acusadas por diversos crimes, como foi feito na quinta-feira ao enviar e-mails às redações anunciando o fim do seqüestro do filho de um diretor de banco, a polícia impede que os mesmos suspeitos concedam entrevista quando expostos.
Desde o dia 17, a reportagem tenta saber do secretário estadual da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, de quem é a ordem para que os nomes dos acusados sejam expostos e por que, quando apresentados à imprensa, eles são impedidos de falar. Marzagão não se manifestou. (AC)


Texto Anterior: Presos 4 PMs acusados pela maior chacina do ano
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.